Livre, Buba chora e promete revelações

“Tenho muita coisa para falar”, disse Edílson Buba, 32 anos, em seu primeiro depoimento em liberdade nos últimos 95 dias. O ex-participante do Big Brother Brasil 4 deixou, às 11h de ontem, o Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), anexo ao presídio do Ahu, por força de um alvará de soltura expedido pela juíza da 2.ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, Luciani Regina Martins de Paula, que acatou pedido de relaxamento de prisão feito pelo Ministério Público.

Buba, flagrado com 18 gramas de maconha e 18 comprimidos de ecstasy no Aeroporto Internacional Afonso Pena (em São José dos Pinhais), em 26 de abril, responde a processo por tráfico de drogas. Para justificar o relaxamento da prisão, a juíza alegou em seu despacho que a prova oral apresentada pela acusação, na audiência de 23 de abril, é frágil para classificar o réu como traficante. “Caso a instrução fosse encerrada nessa fase, a solução seria a desclassificação (para o artigo 16, porte de substância entorpecente)”, assinou Luciani de Paula. Como as diligências não serão concluídas num prazo inferior a 202 dias, a magistrada aceitou o pedido para libertar o empresário, que só voltará à prisão caso seja condenado. Uma nova audiência está marcada para a próxima terça-feira.

Fãs

Depois de pedir para terminar o almoço que recebeu dentro da cela – comeu arroz, feijão, acelga refogada, empanado de frango e abóbora -, Buba, 14 quilos mais magro, saiu pela porta da frente do Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), acompanhado dos advogados. Ele pediu compreensão aos repórteres, dizendo que naquele momento preferia se confraternizar com a família, e que se pronunciaria sobre a prisão numa entrevista coletiva em data a ser marcada. Brevemente, classificou a sensação de ser solto como “indescritível” e disse que sua ONG “Vida Limpa, Vida Livre” vai vingar. “Nunca estive solitário. Este lugar foi uma benção, poderia ser bem pior”, falou Buba, que não quis responder se acreditava ter sido vítima da própria fama. “Vou falar sobre isso e muitas outras coisas. Entrarei em contato com todo mundo (da imprensa)”, declarou.

Entre lágrimas, o empresário abraçou os cerca de 15 parentes, amigos e a namorada “Dilli”, que o aguardavam na saída. Distribuiu autógrafos para alguns fãs ocasionais, incluindo crianças que passavam em frente ao Ahu numa charrete. E acenou aos jornalistas ao sair no carro da namorada. “O relaxamento da prisão define o final do processo, que é a desqualificação para crime de uso de droga. Nunca houve provas que o enquadrassem como traficante”, falou um dos advogados de Buba, Marden Maués. Apesar da declaração do defensor, as autoridades informaram que não se tratou do fim do processo, que terá continuidade, já com nova audiência marcada para a próxima terça-feira. Ainda faltam ser ouvidas uma testemunha de acusação – que seria um policial federal – e as testemunhas da defesa.

Big Brother ganha título de “preso-modelo”

Edílson Buba teve comportamento considerado tranqüilo nos três meses que passou no Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), segundo o diretor da unidade, José Guilherme Assis. “Ele não deu um pio e a família não criou nenhum incidente”, disse.

O ex-Big Brother teve a companhia de vários presos diferentes – ao ser libertado, dividia a cela com um francês e um paraguaio naturalizado norte-americano, que aguardam conclusão do processo de expulsão do País. O agrupamento dos detentos é determinado pela direção do presídio. “Alguns pediam autógrafos, mas ele não tinha autorização para isso”, disse Assis.

Visitas

Irmãos, outros parentes e a namorada foram visitá-lo na cadeia – os pais, Nivaldo Buba, 69 anos, e Maria da Luza Bicherski Buba, 65, estiveram apenas uma vez no COT e não voltaram a pedido do preso, que queria evitar constrangimentos à família. Entre os ex-colegas de programa, apenas a londrinense Marcela Queiroz foi vê-lo no presídio.

Na cadeia, Buba escreveu o projeto da Organização Não Governamental (ONG) “Vida Limpa, Vida Livre”. Segundo a irmã mais velha, Maria Elizabeth Buba Dal Prado, a organização visa conscientizar sobre os malefícios do consumo de entorpecentes. Buba, segundo a família e os advogados de defesa, é usuário de drogas.

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