O Instituto Médico-Legal (IML), em Curitiba, divulgou ontem à noite que o exame toxicológico realizado na amostra de sangue do deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho (PSB) apontou que não há vestígios de anfetaminas ou cocaína no material analisado.

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Estas foram as primeiras informações divulgadas pelo IML. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o laudo, com informações mais específicas, será divulgado apenas na próxima segunda-feira.

O parlamentar se envolveu num acidente automobilístico na madrugada do dia 7 de maio, em Curitiba, no qual dois jovens morreram: Gilmar Rafael de Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida.

O sangue examinado pelo IML foi coletado pelo Hospital Evangélico – para onde o parlamentar foi encaminhado após o acidente – com a finalidade de exames clínicos, não especificamente para a dosagem alcoólica ou para a toxicológica.

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Segundo informações contidas no inquérito, o material foi colhido cerca de duas horas depois de o deputado ter deixado o restaurante em que estava antes do acidente.

Com relação ao laudo do exame de dosagem alcoólica, o advogado de defesa da família de Gilmar Rafael, Elias Mattar Assad, entrou ontem na Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Paraná com um pedido de esclarecimento do documento, divulgado pelo IML na semana passada.

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O advogado faz alguns questionamentos no documento e até mesmo pede a possibilidade de impugnação do laudo. A principal dúvida de Assad é porque existem duas amostras de sangue e o resultado de uma delas saiu como “resultado positivo” e o da outra, “resultado negativo”.

Com o pedido, a defesa pretende que o laudo seja reavaliado quantas vezes for preciso até o julgamento final do deputado. O exame do IML apontou que o sangue de Carli Filho tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue analisado, o que permite concluir que ele bebeu na noite do acidente.

Entre os questionamentos, Assad também pretende esclarecer se o sangue continha anticoagulante e se esta substância alteraria os níveis de alcoolemia no material.

Outro ponto a ser respondido, segundo Assad, é se o sangue foi mantido centrifugado ou não, e se essa condição poderia alterar o resultado. “O laudo é científico, não pode errar”, afirmou o advogado.

A Sesp informou que não vai se manifestar sobre o documento. A reportagem também telefonou, ontem, para a assessoria de Carli Filho para tentar obter informações sobre a sua defesa, mas não conseguiu contato.

O advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto – que informou esta semana que só vai se pronunciar depois que analisar o inquérito – também não retornou às ligações feitas ontem.

O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde o parlamentar continua internado, informou ontem que Ribas Carli já saiu da unidade de terapia semi-intensiva e foi transferido para um quarto normal da instituição.

O hospital também informou que ele encontra-se consciente e se recuperando das cirurgias, mas que não há previsão de alta. A reportagem vem tentando contato, nos últimos dois dias, com o promotor designado para acompanhar o caso pelo Ministério Público Estadual (MP), mas ele não atendeu.