Lanza leva calote no Rio

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Show de fogos de 2003
foi realizada em balsas.

Ano que vem a indústria de Fogos Lanza, a mais conhecida em shows de pirotecnia do Brasil, estará completando 65 anos de existência, funcionando sempre no mesmo endereço, no centro de Curitiba. Este ano, a Lanza ganhou o Prêmio Qualidade Brasil, no Claro Hall, no Rio de Janeiro; o Troféu Latino Americano La Tracion de Qualidad, o Troféu Empresa Cinqüentenária de Curitiba, e também recebeu um grande "calote" no Rio de Janeiro, onde nos últimos dois anos realizou o show de fogos de Copacabana, evento mundialmente conhecido. André Lanza, proprietário da indústria, em entrevista exclusiva à Tribuna, fez um desabafo, revelando detalhes da estranhas negociações que foram feitas durante o I Festival de Fogos do Rio de Janeiro, que deveria eleger a empresa que cuidaria da festa de fim de ano de 2004. Quem ganhou o festival foi a empresa argentina Júpiter, que teria apresentado um show desastroso.

Somente na semana passada, quando procurado para falar a respeito da importância da segurança no manuseio de fogos, que Lanza resolveu falar sobre seu afastamento do show pirotécnico da praia de Copacabana, marca tradicional do réveillon brasileiro. Em 2000 e 2001, os shows de fogos de Copacabana foram trágicos, deixando vários feridos. Em 2002, a Lanza foi convidada a assumir o espetáculo, já então devendo fazê-lo em balsas, longe da orla e com total segurança. "Foi um desafio, mas nós o fizemos com brilhantismo", explicou André Lanza. Já em 2003 o sucesso se repetiu, dando como praticamente certa a participação da mesma empresa na festa de 2004. Os organizadores do evento ficaram devendo R$ 600 mil, que prometeram pagar junto com as despesas deste ano.

Festival

Para movimentar o turismo carioca e abrilhantar ainda mais o réveillon, André Lanza sugeriu à Riotur e Prefeitura Municipal do Rio, que fosse feito um festival pirotécnico, com várias empresas participando (cada uma com seu próprio patrocínio para não dar custos ao município). A população iria julgar o melhor espetáculo, votando em urnas e pela internet, e um júri também seria formado por especialistas da área e técnicos em segurança. A idéia foi prontamente aceita, no entanto, quando o festival foi organizado, a Fogos Lanza estranhamente foi deixada de fora, sob a alegação de que seu projeto era o mais caro de todos. André Lanza só tomou conhecimento de que não poderia participar do evento que ele mesmo criou, quando já não havia mais tempo hábil para recorrer.

"Fiquei impressionado com aquilo. O festival era para acontecer em duas balsas, na Lagoa Rodrigo de Freitas ou no Flamengo, já que o espetáculo de fim de ano é no mar. No entanto, foi feito em terra, num autódromo fechado ao público, com cinco jurados e entre eles não havia nenhum pirotécnico. O que houve foi um leilão do réveillon de Copacabana", revela André Lanza.

Abalado com o calote, o presidente da Fogos Lanza diz que ainda espera receber o dinheiro que lhe devem e que não se manifestou antes sobre o assunto, justamente para não prejudicar a festa carioca. "Agora os hotéis já estão cheios, o turismo em alta, e a cidade não será prejudicada com isso tudo", afirma.

Planos

"Certamente nós faríamos um terceiro réveillon maravilhoso, já que temos a experiência de dois anos anteriores", lamentou o empresário. "O último foi um show de 24 minutos e no fim o Cristo Redentor foi iluminado. Uma surpresa para os cariocas", disse ele.

Para o futuro, Lanza pretende concluir o pré-projeto de lei de fogos de artifício, no qual trabalha há 8 meses no Rio de Janeiro, junto com o Corpo de Bombeiros e outros órgãos de segurança, da mesma forma como foi realizado em Curitiba, com o apoio também do Corpo de Bombeiros, da Delegacia de Explosivos Armas e Munições, Exército, e dos governos municipal e estadual. "É a lei mais moderna e mais completa do Brasil", assegura ele.

Para finalizar, André Lanza ressalta que em 2005 da Associação Paranaense de Pirotecnia, entidade que ele preside, será transformada em associação nacional para moralizar a arte da pirotecnia em no máximo dois anos. "Vamos acabar com empresas que querem entrar no mercado para fazer lavagem de dinheiro e dificultar a ação daqueles que aplicam calotes neste tipo de negócio. Trabalhamos com uma mercadoria de risco e é preciso investir sempre em segurança e tecnologia, por isso é muito importante que tenhamos saúde financeira", explicou.

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