Quase um ano e meio depois de furtar um veículo de uma concessionária em Curitiba, durante o test drive, Fabiana Sporh Godk, 27 anos, voltou a ser alvo de investigação da polícia.

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O golpe desta vez foi contra uma ótica no Pinheirinho, de onde ela fugiu levando um óculos de aproximadamente R$ 800, depois de agredir a vendedora. O crime aconteceu em 28 de outubro e nesta semana a polícia conseguiu reunir provas e depoimentos para pedir a prisão de Fabiana.

De acordo com o proprietário da ótica, Rafael Braga Baranowskyj, a maneira como a moça agiu não levantava suspeitas. “Os óculos eram para a mãe dela. No dia que trouxe a receita, estava acompanhada de uma senhora e de um bebê de seis meses. Fez o cadastro e os documentos estavam em ordem. Em seguida pagou entrada de R$ 50. Duas semanas depois retornou para buscar, mas ficou enrolando dentro da loja e disse que a mãe precisava provar os óculos para eventual ajuste, mas não poderia sair do carro porque estava com a criança”, descreveu Rafael.

“Uma de nossas vendedoras se propôs a acompanhá-la até o estacionamento. Quando se aproximaram, minha funcionária viu que não havia ninguém esperando no veículo, então a moça a agrediu, tomou os óculos da mão dela, entrou no carro e fugiu”, completou. 

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Comerciantes da região ficaram indignados e um amigo de Rafael resolveu perseguir Fabiana. “Ele a seguiu por algumas quadras em alta velocidade, mas como ela estava furando todas as preferenciais, não quis se arriscar e deixou que fugisse”, comentou o empresário.

Usando o nome completo dela, que ficou registrado no cadastro da loja, Rafael fez uma busca na internet e então descobriu que não era a primeira vítima dos golpes de Fabiana.

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“Eu liguei para ela, mas disse que não iria me devolver os óculos. Falei que tinha informado a polícia, mas ela não pareceu se importar”. O empresário entregou à polícia as imagens das câmeras de segurança da ótica, que mostram parte da ação da moça.

Impunidade

Para o delegado Renato Bastos Figueiroa, chefe do 8.º Distrito Policial, onde o inquérito foi instaurado, Fabiana agiu motivada pela sensação de impunidade. Ele trabalhava na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), em maio de 2013, quando a moça foi autuada por furto qualificado depois de fugir com o carro da concessionária.

“Saímos da delegacia especializada e viemos para um distrito policial e nos deparamos com a mesma golpista, agindo da mesma forma. Até hoje ela não foi punida exemplarmente, por isso continua usando a boa aparência para cometer crimes. Diante destes casos de belas mulheres sendo presas na capital, temos a certeza de que o crime não tem mais rosto”, declarou Renato.

O delegado vai solicitar à Justiça a prisão preventiva de Fabiana. “Por causa da agressão contra a vendedora, ela vai responder por roubo e não simplesmente por furto, que é menos grave. Caso o juiz aceite, vamos mandar investigadores para capturá-la”, explicou. Renato relembrou que no caso do furto do carro durante o test drive, Fabiana respondeu às acusações em liberdade.

Histórico

Além dos golpes contra a ótica e a concessionária, Fabiana foi presa por Policiais Militares em 2009, suspeita de crime semelhante. Ela foi até uma loja de equipamentos automotivos no Rebouças e escolheu rodas novas, além da aparelhagem de som.

Depois que os funcionários instalaram os produtos no Celta dela, o cartão não passou e, segundo a polícia, Fabiana pediu para que um dos rapazes a acompanhasse até o banco para sacar os R$ 7 mil, necessários para o pagamento.

Na fila do caixa, ela disse ao funcionário da loja que teria de ,pegar a identidade no carro e não voltou mais. Dias depois ela foi capturada pela PM e levada ao 2.º Distrito Policial, com o carro e os equipamentos.

No distrito, os policiais descobriram que Fabiana, apesar de ter 21 anos na época, já tinha duas passagens pela polícia, uma delas por porte ilegal de arma de fogo. Mesmo assim, a advogada conseguiu que ela fosse solta e Fabiana também respondeu este crime em liberdade.