Ladra disfarçada de doméstica aplica golpe

Nova modalidade de golpe foi denunciada à polícia nesta semana. Ao se passar por empregada doméstica, uma mulher – que está sendo procurada pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e ainda não foi identificada – conseguiu furtar de um apartamento de classe média-alta, em Curitiba, as jóias de seus empregadores, gerando um prejuízo superior a R$ 100 mil. O crime aconteceu na última quinta-feira, no Bigorrilho.

De acordo com o delegado Gil Tesserolli, da DFR, a golpista ouviu um programa de rádio relacionado a ofertas de emprego. Espertamente, ela anotou os dados de uma senhora que estava à procura de uma empregada doméstica e também, através da emissora, obteve informações sobre uma empregada que buscava trabalho.

Golpe

A vigarista ligou primeiramente para a empregada e, com muita lábia, conseguiu dados pessoais dela. Em seguida, telefonou para a empregadora fazendo-se passar pela empregada doméstica e repassou todas as ?referências?. Como não havia nada que desabonasse a candidata ao emprego, a ?falsa doméstica? foi contratada.

Assim que apareceu a primeira oportunidade de ficar sozinha no apartamento, a golpista agiu e furtou as jóias de seus empregadores. A fuga dela foi registrada pelo câmeras do edifício e, até o momento, essas são as únicas pistas da ladra. Ela é morena e aparenta ter 40 anos. Como ela se apresentou ao trabalho utilizando o nome de outra pessoa, a mulher ainda não foi identificada.

Quem tiver informações que possam auxiliar na identificação da procurada deve entrar em contato com a DFR pelo telefone 3262-2800.

Contratação exige cuidados especiais

Nos últimos meses constatou-se crescimento no envolvimento de domésticas na prática de furtos em seus locais de trabalho. Apesar de a polícia não possuir estatísticas oficiais sobre o assunto, o delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), demonstra certa preocupação com o assunto. Somente na semana passada, três ocorrências com a suspeita de participação de empregadas domésticas em furtos foram registradas na delegacia especializada. Todos os casos estão sendo investigados e, em um deles, uma mulher confessou o crime.

Recalcatti ressaltou a necessidade dos patrões ou contratadores de serviços adotarem certas precauções antes de empregar pessoas estranhas. ?Tem que verificar a procedência, documentos de identificação e referências da pessoa?, explicou o delegado enfatizando que, além dos bens materiais, que eventualmente possam ser subtraídos, a vida de familiares pode ser colocada em risco.

No final de abril, a Tribuna divulgou a matéria de alerta sobre os cuidados na contratação de empregadas domésticas. Na ocasião, foi divulgada a prisão de Vera Lúcio Carneiro, 50 anos, efetuada por investigadores do 8.º Distrito Policial (Portão). Vera havia sido contratada e furtou jóias no valor de R$ 10 mil de uma residência no bairro Capão Raso.

Rouba da patroa pra pagar traficante

Uma das ocorrências da semana passada já elucidadas pela DFR resultou na solicitação de prisão à Justiça de uma empregada doméstica e na prisão do namorado dela. O furto aconteceu no apartamento onde Sirlei Santana trabalhava como doméstica. De acordo com a polícia, em 8 de agosto, Sirlei aproveitou a ausência de sua patroa na moradia e apoderou-se de um telefone celular, um aparelho MP3, máquina fotográfica e roupas.

Porém, o sistema de filmagem do edifício flagrou a saída da mulher carregando uma mala. Através da filmagem e dos documentos esquecidos por Sirlene no apartamento de sua patroa, investigadores da DFR conseguiram localizá-la em Almirante Tamandaré. Na abordagem policial, a mulher estava acompanhado pelo namorado Daniel Arantes, 26 anos, que era foragido da Colônia Penal Agrícola (CPA), em Piraquara, onde cumpria pena por assalto à mão armada.

Os dois foram encaminhados à delegacia, mas como a Justiça não acatou o pedido de prisão solicitada pelo delegado Maurílio Alves, Sirlene foi liberada. Daniel, por ser foragido da Justiça, permaneceu encarcerado. De acordo com o delegado Recalcatti, a empregada confessou ter praticado o furto.

Pelas informações obtidas nas investigações, Sirlene cometeu o furto para arrecadar dinheiro em virtude de dívidas com um traficante de droga, que está sendo identificado. A dívida seria de R$ 800,00 relacionado ao consumo de 40 gramas de crack e desaparecimento de uma arma.

Voltar ao topo