Justiça solta PMs acusados de queimar garoto

Os quatro policiais militares que estavam presos, acusados de atear fogo em um adolescente de 15 anos, dentro de um módulo policial, no dia 19 de janeiro, ganharam a liberdade. O sargento Edgar Antunes de Souza e os soldados Odair José Bonczkowski, Samuel Ribeiro da Silva e Osvaldo Penenanete tiveram a prisão revogada, ontem, a pedido do advogado Adel El Tasse. O outro policial acusado, Joel Fernandes de Lima Filho, não havia sido preso.

No mês de março, a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) protocolou junto à 1.ª Vara Criminal de Curitiba a denúncia contra os policiais pelos crimes de tortura e tentativa de homicídio triplamente qualificado (por utilização de crueldade, torpeza e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). De acordo com o advogado, o juiz acatou o pedido de liberdade provisória sob a alegação que a denúncia não procedia. “Foi um equívoco o argumento do Ministério Público, pois ninguém pode ser acusado de tortura e tentativa de homicídio simultaneamente. Ou ele agride ou mata, é um ou outro”, explicou Tasse.

O outro argumento usado pelo defensor é que os policiais negam ter ateado fogo. Ele afirma que o que aconteceu foi um acidente. O garoto estaria usando calças largas e guardava em um dos bolsos uma garrafa de thiner quando foi detido, ao cometer um furto. Ele foi levado a módulo policial, no Largo da Ordem e, ao passar próximo ao fogão, que tinha uma chama acessa, pegou fogo. “Inclusive dois dos policiais foram para o hospital junto com o garoto, porque se queimaram ao tentar socorrê-lo”, afirmou o advogado.

Afastados

No dia 12 março os policiais foram presos e levados ao Quartel do Batalhão da Polícia de Guarda, próximo ao Presídio do Ahu, onde permaneceram até ontem. Nos próximos dias o menor será ouvido no hospital, onde continua internado.A partir disso, o conselho da PM deve encerrar as investigações e decidir se os acusados permanecem ou não na corporação.

Voltar ao topo