Jovem é assassinado no Parolin

Pelo menos sete tiros tiraram a vida de um rapaz, identificado apenas como ?Mingau?, de aproximadamente 18 anos, às 19h de ontem. O corpo, caído em um beco, da esquina da Rua Assis Figueiredo e Avenida do Canal, no Parolin, estava com a cabeça apoiada em um travesseiro, com marcas de tiro. A hipótese levantada pela polícia é que o assassino o feriu com vários disparos e, depois, quando ele já era socorrido por algum morador, voltou e terminou de matá-lo, com alguns tiros na cabeça.

O sargento Gilmar, do 12.º Batalhão de Polícia Militar, contou que, na noite de domingo, perseguiu o rapaz até o beco, mas ele desapareceu nas ruelas. ?Ele havia assaltado uma pessoa na Avenida Presidente Kennedy?, contou Gilmar, que logo reconheceu o garoto. ?Se tivesse sido preso, não estaria morto?, completou.

Travesseiro

Segundo o sargento, o assassino acertou vários tiros, que derrubaram ?Mingau?. ?Possivelmente alguém viu que o rapaz estava mal, colocou o travesseiro embaixo da cabeça da vítima e saiu para chamar o Siate?, supôs o policial. Em seguida, o assassino teria voltado ao local e terminado a execução. ?Ele foi ferido com sete ou oito tiros de revólver calibre 38, que só tem seis balas. Ou o assassino voltou ao local para liquidar o serviço, ou duas pessoas atiraram na vítima?, completou.

Silêncio

Os moradores disseram que ?Mingau? não morava na vila, e também não saber o que havia acontecido. O rapaz estava caído no meio de uma das ruelas. Uma entre tantas outras que, estrategicamente, ligam as ruas que cercam a quadra. Quem passa pelas ruas do Parolin, não imagina que atrás das casas existe uma infinidade de pequenos barracos, divididos por cercas e monitorados dia e noite por traficantes. ?Aqui tem saída para todos os lados. Só anda por aqui quem conhece. Quem não conhece se perde?, completou o sargento.

Indiferença e desconforto

A violência no Parolin virou rotina para os moradores, e as crianças, que convivem com o tráfico de drogas, tiroteios e assassinatos, não se assustam com os crimes na região.

Enquanto os policiais coletavam dados sobre o assassinato de ?Mingau?, crianças de várias as idades acompanhavam de perto o trabalho, encarando o morto, como se ele não fosse vítima e sim culpado por ter morrido e levado a polícia até o beco. Em alguns meninos era possível perceber o desconforto causado pelo crime, mas, em outros, havia indiferença e a naturalidade em ter mais um cadáver na porta de casa.

Estatística

Desde o início do ano já foram registradas quatro mortes no Parolin. A mais recente aconteceu na madrugada de domingo, quando os moradores encontraram o corpo de Regina de Fátima Batista, 37 anos, com a cabeça esfacelada com um bloco de meio-fio, na esquina da Rua Montese com a Avenida do Canal. Assim como aconteceu com ?Mingau?, ninguém viu e nem ouviu nada.

Voltar ao topo