No maior centro gastronômico de Curitiba há uma região que na calada da noite se transforma em território de assaltantes e viciados. Ali, nas redondezas do número 6.000 da Avenida Manoel Ribas, Santa Felicidade, Alex Sandro Vaz Silveira, 19 anos, foi morto com dois tiros ontem de madrugada. Somente pela manhã moradores encontraram o corpo do jovem, cujos assassinos são desconhecidos da polícia. Latrocínio é uma das possíveis razões do crime.
Alex caiu morto num corredor escuro que dá acesso a uma churrascaria. Édson, dono do estabelecimento e morador da casa dos fundos, disse ter ouvido dois tiros perto da 0h30 de ontem. Em seguida ligou para a PM, que já havia recebido um telefonema comunicando o fato, e espiou pela janela sem perceber nada de anormal. Às 8h transeuntes viram o rapaz estatelado e a polícia soube do assassinato.
A vítima recebeu um tiro na cabeça e outro no pescoço. O comerciante disse que o restaurante funcionou normalmente domingo à tarde, e que, como sempre, fechou à noite, sem observar movimentação estranha além dos tiros.
Latrocínio
Nos bolsos do rapaz estavam a carteira com documentos dele e um telefone celular. A cena sugere uma tentativa de assalto seguida de morte, no entender do tenente Charles, do 12.º Batalhão da PM. “Talvez ele tentou se esconder no corredor, mas os ladrões o encontraram e o mataram”, supõe o oficial, acrescentando que Alex não tinha passagem pela polícia.
O assassinato foi a gota d’água para moradores atacarem a falta de segurança do bairro. Vários deles comentaram que aquele ponto da Manoel Ribas Ä cerca de um quilômetro antes da área onde se concentra a maioria dos restaurantes – é um lugar perigoso, freqüentado por ladrões. Relatos de roubos são comuns, mesmo de dia. O proprietário de uma loja de autopeças contabilizou seis assaltos. O dono de um açougue, que também não quis se identificar, foi roubado quatro vezes.
A Delegacia de Homicídios assumiu a investigação do assassinato.