Inquérito conclui que Carli Filho dirigia a 167 km/h

Depois de três meses e quatro dias, a polícia concluiu o inquérito da colisão em que se envolveu o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho. O acidente, que matou os jovens Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, aconteceu na madrugada de 7 de maio, no Mossunguê.

O inquérito, terminado ontem, concluiu que o Passat do parlamentar estava a 167 km/h, quando atingiu o Honda Fit dos rapazes. Perícia paralela, realizada pela defesa da família Yared, havia indicado que o carro trafegava com velocidade de 191,52 km/h.

O ex-deputado foi indiciado, em junho, por duplo homicídio com dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar. Agora, o inquérito que tem 668 páginas e 33 depoimentos – será enviado para a 1.ª Vara de Delitos de Trânsito, e os promotores terão prazo de 15 dias para decidir se oferecem denúncia contra Carli Filho, o que será feito formalmente pelo Ministério Público. Depois disso, o ex-deputado terá um tempo para se defender e o juiz, em seguida, acolhe ou não a sua defesa.

Livre

O delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), Armando Braga, afirmou que, se o carro estivesse a 190 km/h, ele poderia não ter colidido com o Honda Fit.

“O valor da velocidade não faz diferença. O que importa é que ele estava acima do limite permitido e embriagado”, afirmou o delegado. Sobre possível prisão preventiva de Carli Filho, o delegado informou que não há elementos suficientes para isso.

Alguns pontos relacionados à noite do acidente ainda não foram esclarecidos, como o trajeto feito por Carli Filho, do restaurante onde jantou até o local da colisão; o porquê de os radares da região não flagrarem o Passat; e se as imagens da câmera do posto de gasolina do local foram adulteradas. De acordo com Braga, é possível que seja aberto novo inquérito sobre as câmeras, mas os outros dois pontos, não são importantes para a polícia.

O advogado da família Yared, Elias Mattar Assad, concorda que estes pontos não são relevantes para o inquérito. A respeito da velocidade do Passat, Assad acredita que, considerando a margem de erro, ficou muito próxima da velocidade mínima observada pela perícia paralela, que seria 172 km/h.