Homicídio no parque seria por vingança

O autônomo Amauri Câncio do Amaral, 60 anos, presidente da Associação de Moradores do Boqueirão, era o homem encontrado morto com dois tiros quarta-feira à tarde, em um terreno baldio, próximo às cavas do Parque Iguaçu. O corpo foi identificado pela família, ontem, no IML e a Delegacia de Homicídios já tem a identificação do provável assassino.

Amauri não fez segredo a seus familiares da ameaça de morte recebida há cerca de dois meses. Naquela época, como fazia costumeiramente, ele andava pelo Parque Iguaçu, quando viu policiais militares abordando três jovens, com suspeita de usarem drogas. Amauri se aproximou e identificou um deles como sendo o ladrão de sua bicicleta. “Você vai me pagar”, teria sido a resposta de um adolescente. Na última quarta-feira, por volta das 17h30, o homem recebeu uma ligação em sua casa, na Rua Antônio de Paula, Boqueirão, pedindo ajuda. Sem saber, Amauri foi ao encontro da morte. Ele foi assassinado com dois tiros, um no peito e outro na barriga.

Indignados

Familiares e amigos de Amauri estavam revoltados com o acontecido. Segundo eles, o homem trabalhou 12 anos como Policial Militar e mais 28 em uma empresa, na qual se aposentou. “Nosso bairro é uma terra de ninguém. O tráfico corre solto e não podemos confiar nem na polícia”, reclamou um morador, que preferiu não se identificar. Além do comércio de drogas feito à luz do dia, ele apontou a briga entre as gangues Meia Lua x Kids e CVL (Comando da Vila Lorena)x Boqueirão como responsáveis pelo medo da população em sair de casa. “Precisamos de uma atitude séria por parte das autoridades para que nossas casas não sejam nossas prisões”, concluiu.

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