Um grupo de jovens que queria aprender inglês e viajar para o exterior, foi enganado por um estrangeiro nascido na Costa do Marfim, que vivia ilegalmente no Brasil desde 2003. Bob Hamel Denee, 38 anos, é suspeito de se passar por representante de uma escola canadense e cobrava até R$ 6 mil das vítimas.
Bob admite que aplicou o golpe em seis pessoas, mas a polícia acredita que o número passe de dez. Algumas, há mais de um ano, tinham aulas particulares em casa e começaram a dar dinheiro, com a promessa de intercâmbio no Canadá.

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“Ele me garantiu que se eu estudasse seis meses com ele, ganharia uma bolsa em Vancouver. Quando pensei em desistir, ele disse que eu gastaria ainda mais com taxas de cancelamento”, contou Denise Fait, 20 anos, que perdeu R$ 2 mil.

Quando os alunos perceberam que algo estava errado, uma amiga de Denise já estudava há dez meses com Bob e o namorado desta amiga, André Buzato de Oliveira, 21, há oito meses. André queria trabalhar no exterior e gastou R$ 6 mil com as promessas de Bob. Os gastos foram ainda maiores porque os jovens compraram malas e roupas para usar na neve.

Internet

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Denise estranhou a quantidade de documentos exigida por Bob e procurou na internet os contatos da escola que ele disse representar. Bob mostrava e-mails falsos de uma mulher chamada Melissa, diretora da escola. Os alunos conseguiram falar com Melissa e descobriram a farsa. “Ela disse que não o conhecia e nunca recebeu nenhum documento de estudantes brasileiros”.

Após receber a denúncia, um investigador do 4.º Distrito Policial se passou por aluno e prendeu Bob em flagrante. Uma cópia do inquérito será encaminhada à Polícia Federal, que deve iniciar um processo de extradição do acusado.

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Filho

Bob contou que veio ao Brasil, em 2003, e não conseguiu visto de permanência. Ele se envolveu com uma brasileira e teve um filho. “Eu não queria ficar irregular aqui, mas eu também não queria ficar longe do meu filho”, afirmou. Ele disse que, como não tinha documentos para trabalhar legalmente, decidiu dar aulas de inglês. Como o dinheiro não era suficiente para pagar as contas, optou por aplicar o golpe.