Homem é morto em casa abandonada em Pinhais

O corpo de um morador de rua foi encontrado dentro de uma residência que é objeto de uma briga judicial entre um casal há 20 anos, em Pinhais. O rapaz, que não portava documentos, dormia no local há cerca de seis meses. Há suspeita de que foi agredido.

Dione Furquim moradora de um sobrado ao lado da casa, contou que ouviu um barulho por volta das 22h de sábado. “Parecia que alguém tinha quebrado alguma porta ou derrubado algum móvel. Como estava muito escuro não consegui enxergar, mas liguei para o 190”, contou, mas desistiu de fazer a denúncia devido a demora no atendimento. Pouco antes das 13h de ontem ela olhou pela janela e viu o corpo na entrada dos fundos.

A casa, que fica na Rua João Mendes Batista, quase esquina com a Rua Carlos Poulhman, na Vila Maria Antonieta, é utilizada para consumo de drogas e abrigo de moradores de rua. “Ele dormia aqui e sempre me dizia para ficar sossegada que ele cuidaria da minha casa. Até emprestei meu carrinho de mão para que ele buscasse materiais recicláveis e ele me devolveu agradecendo muito. Parecia ser boa gente”, contou Dione.

Peritos do Instituto de Criminalística só localizaram um ferimento na vítima, na região do queixo. Como a quantidade de sangue no local era muito grande, um exame complementar do Instituto Médico Legal será necessário para apurar a causa da morte. “Tinha um livro aberto próximo ao corpo da vítima, o que nos faz acreditar que ele estava lendo quando foi surpreendido por alguém. Há indícios de agressão”, explicou o soldado Filho, do 17.º Batalhão de Polícia Militar.

A vítima vestia blusa de moleton vermelha, jaqueta preta e calça azul. Tinha cabelos pretos e aparentava 30 anos.

Terreno

Francisco Carlos da Silva, ex marido de Dione, é o proprietário do sobrado e da casa onde o corpo foi encontrado. De acordo com ele, desde 1991 há uma disputa judicial pelo terreno. “Eu tento vender, mas ela prejudica todas as negociações por que ela pensa que essa casa é dela”, afirma.

Já Dione garante que só quer uma solução para o problema social que a casa traz para os moradores do bairro. “Ou eles vendem a casa para mim, ou eles compram o meu sobrado e eu vou embora. O que importa é que alguém faça a demolição dessa casa”, relata.

Francisco garantiu que procuraria o Fórum de Pinhais hoje para exigir uma assinatura do juiz no processo que pede a reintegração de posse do sobrado onde Dione mora com os filhos do casal.