Guarda da menina torturada pode não ficar com pais biológicos

O juiz Maurício Porfírio, do Juizado da Infância e Juventude de Goiânia, está determinado a não entregar a guarda de L.R.S., de 12 anos, a seus pais biológicos, a diarista Joana D’Arc da Silva e o vendedor de salgadinhos Lourenço Ferreira. "Ele (o juiz) me pediu para cuidar da Lucélia (L.R.S.); ela ficará uma longa temporada no abrigo", afirmou Maria Cecília Machado, diretora do Centro de Valorização da Mulher (Cevam), onde a menina mora juntamente com outras vítimas de violência física e sexual.

L., por orientação do juiz, deve permanecer no Cevam até o mês de agosto, quando deverá ser decidida a guarda. "É melhor para ela (L.R.S.) ter outra família", disse Porfírio. "Ela precisa de tranqüilidade e, no momento, é preciso saber se esse pai ou essa mãe terão condições de cuidar da menina; ela precisa voltar a uma vida normal", afirmou o juiz.

Na verdade, o juiz quer saber o que acontecerá com Joana D’Arc, que pode ser condenada à prisão, após o julgamento dos envolvidos no caso de tortura de Silvia Calabresi contra a menina. O juiz também se preocupa com informações da própria menor, que relatou ter buscado o pai numa delegacia. Ele esteve preso anos atrás, segundo o relato, por bebedeira e briga num bar. A menina manifestou ao juiz o desejo de morar com a mãe.

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