O governo cancelou todas as placas reservadas usadas pelas viaturas das polícias Civil e Militar e da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) e designou um delegado para investigar o uso pessoal de carros oficiais. Também foram estornados os repasses do fundo rotativo da Polícia Civil relativos a abril. As medidas foram anunciadas ontem pelo governador em exercício Flávio Arns, depois das denúncias da Gazeta do Povo sobre dinheiro para delegacias fantasmas e uso indevido de viaturas.

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Foram afastados do cargo o chefe do Grupo Auxiliar de Planejamento (GAP), Luciano Pinho Tavares, e o chefe do Grupo Auxiliar Financeiro (GAF), Pedro Reichembak Brito, ambos da Polícia Civil. Para essas funções foram indicados os delegados Naylor Robert de Lima e Jairo Estorílio, que é presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná.

Luciano e Pedro foram flagrados pela reportagem usando viaturas com placas reservadas para fins particulares. Eles faziam parte da equipe que controla a verba do fundo rotativo da corporação, também alvo de denúncias da reportagem. Os repasses do fundo rotativo relativos a abril serão liberados de acordo com a nova norma publicada.

Afastamento

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O Sindicato dos Investigadores de Polícia do Paraná (Sipol) defende o afastamento imediato de todos os policiais flagrados usando viaturas para assuntos particulares até que as investigações sejam concluídas. O sindicato encaminhou ofícios ao governador e ao secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, sugerindo a suspensão das reuniões do Conselho da Polícia Civil.

O presidente do Sipol, Roberto Ramires, acredita o corporativismo pode comprometer o resultado das apurações. “Quando não se quer fazer nada, abre-se um inquérito especial. Não dá em nada. É colocar a raposa para cuidar do galinheiro”, diz. Na avaliação do sindicato, as investigações deveriam ser conduzidas pela Corregedoria do Estado.

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Outra entidade que representa os policiais de base, o Sindicato das Classes Policiais do Paraná (Sinclapol) se limitou a fazer uma ressalva que as irregularidade são cometidas por uma minoria.