Governo autoriza licitação para celas modulares

A Secretaria da Segurança Pública recebeu autorização do governador Roberto Requião para iniciar a licitação da primeira leva de celas modulares que deverá esvaziar as carceragens dos distritos e delegacias de Curitiba e Região Metropolitana. Nesta primeira fase, serão 61 celas modulares que serão colocadas no Centro de Triagem de Piraquara e já no fim do ano deverão começar a receber os presos para ocupar as 732 vagas. Segundo o diretor-geral da Secretaria, coronel Rubens Guimarães de Souza, a licitação deve ser aberta na próxima semana pela Secretaria de Obras.

“O Governo do Paraná vem adotando, desde 2003, uma postura histórica para tentar solucionar o problema da superlotação. O nosso trabalho está sendo feito e com certeza a abertura dessa licitação mostra para a população que esse é o governo que mudará o panorama da Polícia Civil no Estado. A polícia não vai deixar de prender. Mas queremos dar condições dignas para o preso e, sobretudo, para o policial civil, que precisa trabalhar nas investigações e não cuidando de presos”, disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.

De acordo com o diretor-geral da Secretaria, com a tramitação normal da licitação dessas 61 celas, até o final do ano pelo menos parte delas devem ser entregues no Centro de Triagem de Piraquara. “Essas 61 celas modulares são apenas as primeiras unidades que iremos licitar para resolvermos o problema da superlotação em Curitiba e Região Metropolitana. Outras licitações devem sair em breve para esvaziarmos todas as delegacias e distritos que tenham presos”, afirmou o coronel Guimarães.

Autorização

No último mês, a Secretaria da Segurança Pública recebeu o aval do governador Roberto Requião para licitar a construção de quantas celas modulares forem necessárias para acabar com os problemas de superlotação. A previsão da Secretaria é de que ao fim do processo pelo menos 90 celas com capacidade para 12 presos sejam construídas. A estimativa da Polícia Civil do Paraná é que, nas delegacias de Curitiba e Região Metropolitana, existam cerca de mil presos excedendo a capacidade de cada carceragem. Somente em Curitiba, são cerca de 400 detentos a mais do que a capacidade.

CELAS – Atualmente, existem no Paraná 57 celas modulares localizadas nos municípios de Piraquara, Londrina, Palmas, Loanda, Colorado, Rio Negro e Cornélio Procópio. As celas são aprovadas pelo Ministério Público e pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e foram desenvolvidas para proporcionar segurança e diminuir o número de funcionários que cuidam da carceragem. A estrutura é feita de concreto monobloco para impedir escavações. O material ainda proporciona o bem-estar térmico dentro da cela, que tem boa ventilação e a estrutura não armazena calor e protege do frio.

Para garantir maior segurança, banheiro e chuveiro são dentro da cela, evitando a freqüente saída dos presos. Os móveis são de concreto e fixados à parede. Além disso, toda a parte elétrica e hidráulica é feita por fora da cela, para que os funcionários não precisem entrar para eventuais consertos. Cada cela é independente – com caixa d’água e sistema elétrico individuais.