Garotos executados na ciclovia da morte

Não foi apenas o céu que ficou avermelhado no final da tarde de ontem, em Pinhais. Enquanto o crepúsculo enfeitava a paisagem, o sangue de dois jovens manchava o asfalto da ciclovia às margens do Rio Cubatão, no Jardim Weissópolis. Por volta das 17h30, três tiros foram ouvidos pelos moradores da região. Instantes depois, outros três disparos completavam a dupla execução.

Policiais militares receberam o chamado às 18h e encontraram um dos rapazes, aparentando entre 14 e 16 anos, caído junto a sua bicicleta. Um tiro nas costas o derrubou. Em seguida, um disparo no ombro e um balaço do queixo completaram o serviço do assassino. Logo ao lado, outra bicicleta tombada. O corpo de seu dono, de aproximadamente 18 anos, estava cerca de 50 metros adiante, estatelado no asfalto com uma bala na cabeça.

Entre as várias pessoas que assistiam ao trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística, nenhuma testemunha do crime se apresentou. Ninguém soube ao menos identificar os jovens, que não portavam documentos. Segundo os soldados da PM que atenderam a ocorrência, trata-se provavelmente de um acerto de contas entre as várias gangues que existem na região.

Medo

Se faltam informações para auxiliar os investigadores da delegacia de Pinhais, sobram reclamações sobre a falta de segurança no local. A escuridão propicia a criminalidade, que deixa apavorados os moradores. Segundo um deles, os equipamentos de iluminação instalados junto à pista foram todos levados por ladrões. Desde então, assaltos, uso de drogas e os mais diversos crimes teriam se tornado freqüentes. “Quem vive aqui não pode sair de casa à noite e todos desviam esse caminho”, falou. “É a ciclovia da morte”, completou o morador, olhando para os corpos dos garotos assassinados.

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