Jovens tentavam apanhar um passarinho
quando fizeram o estranho achado.

Ossos humanos foram encontrados por dois adolescentes que perseguiam um passarinho, no topo de um morro, coberto de mata virgem, em Campo Verde, Almirante Tamandaré. Ontem pela manhã, a polícia foi até o local para iniciar as investigações dessa morte, que teria ocorrido há pelo menos dois anos. O delegado Germino Marques Bonfim Filho, da delegacia local, levantou a possibilidade de ser um assassinato ligado aos crimes da quadrilha de extermínio, que atua na região.

A ossada foi encontrada na quinta-feira à tarde, mas só ontem as autoridades policiais foram avisadas. Tiago, 18 anos, e Paulo César, 16, procuravam lenha e pinhão na mata, quando um passarinho cinza e amarelo lhes chamou a atenção. Eles seguiram a ave entre a vegetação, até que ela pousou em uma árvore. “Quando olhamos para baixo, vimos os ossos e saímos correndo”, relatou Paulo, acrescentando que o pássaro desapareceu em seguida. “Pode ter sido um aviso”, completou Tiago.

Mistério

O limo já cobria parte do crânio e dos ossos, espalhados em um raio de cerca de um metro. Embaixo deles, na terra úmida, a perícia técnica encontrou trapos, que podem ter sido as roupas da pessoa morta. O perito Antônio Carlos não constatou, em avaliação preliminar, nenhuma marca de agressão ou ferimento, que poderão aparecer em exames complementares no IML, assim como a determinação do sexo da vítima. “A morte deve ter ocorrido entre dois e três anos atrás”, estimou o perito. Na arcada inferior, faltava parte dos dentes, mas não se pôde constatar se a falha já existia ou foi feita durante uma possível agressão.

Para o delegado, a determinação do sexo da pessoa a quem pertenciam os ossos, irá balizar as investigações. Caso se trate de uma mulher, o registro será repassado à delegada Vanessa Alice, que investiga assassinatos de 21 mulheres naquela região. “Não podemos descartar a possibilidade de ser uma morte ligada às de outras pessoas, executadas pela quadrilha”, comentou Germino, que aguardará o laudo da necropsia para dar rumo aos trabalhos policiais. “Provavelmente, essa pessoa foi trazida até aqui e executada, já que o acesso a este lugar é difícil para um corpo ser carregado”, completou.

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