Garçom morre estrangulado no Juvevê

Parecia de prazer o gemido ouvido às 6h30 de segunda-feira pelos vizinhos de Márcio Aparecido Zadorosny, 38 anos, garçom há muitos anos do Tribunal de Justiça. Afinal, no quartinho que alugava no n.º 348 da Rua Moysés Marcondes, Juvevê, Márcio recolhera na noite anterior um rapaz com quem se encontrava havia alguns dias. Mas o inquilino teimava em não deixar o quarto, mesmo após a saída do conhecido, e à noite parentes, amigos e a polícia descobriram a real natureza do gemido: era o último suspiro do garçom, morto por estrangulamento dentro do aposento. A polícia está à procura do misterioso perceiro da vítima, principal suspeito do assassinato.

Márcio morava em Campina Grande do Sul com a mãe e há pouco mais de um mês saiu de lá e alugou o quarto – na verdade, um sótão – da casa de madeira no Juvevê. O proprietário e a tia dele, de 77 anos, moradora da residência ao lado, conheciam Márcio há mais de 20 anos e tinham grau de parentesco com ele.

Recomendação

A idosa já o havia recomendado a não trazer estranhos no quartinho. Mas, sorrateiramente, Márcio aproveitou o sono dos proprietários para recolher um rapaz, umas quatro vezes, nos últimos dias.

Às 6h30 de segunda-feira, o dono da loja de armarinhos instalada na frente da casa ouviu um gemido abafado vindo do quarto de Márcio. Paolo foi verificar, mas sabendo que o garçom chegou acompanhado na noite anterior preferiu não se intrometer. Minutos depois, o mesmo parceiro que dormira com a vítima nas vezes anteriores desceu a escadinha do sótão, cumprimentou os proprietários e foi embora. Ele carregava a pasta de trabalho de Márcio, onde estava a roupa de garçom.

Os proprietários saíram durante o dia e à noite desconfiaram que algo estava errado ao saber que Márcio não havia aparecido para bater papo na loja de armarinhos, como fazia habitualmente antes de ir ao Tribunal de Justiça, sempre às 10h. Como ele tinha faltado ao trabalho e o sótão estava trancado, chamaram a Polícia Militar às 20h. A porta foi arrombada e a suspeita se confirmou: ele estava morto sobre a cama, Márcio tinha ferimentos no rosto e atrás da orelha esquerda e sangue pelo nariz e pela boca.

O perito Alcebíades, da Polícia Científica, constatou no local morte por estrangulamento. Ele acredita que o horário do crime deve ser mesmo por volta das 6h30 da manhã, quando foi ouvido o gemido. O investigador Rommel, da Delegacia de Homicídios, atendeu a ocorrência e conversou com as testemunhas. Segundo ele, além da pasta da vítima, o assassino levou também uma pequena bolsa com documentos, dinheiro e a chave do quarto. Como os donos da casa não sabiam o nome do suspeito – disseram apenas que era jovem – a polícia busca agora, informações com outras pessoas do convívio do garçom para elucidar o crime.

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