Gangues transformam rua do Pilarzinho em campo de batalha

A Rua São Salvador, no Pilarzinho, virou palco de batalha campal entre gangues de adeptos ao hip-hop, que freqüentam um bailão na região. Segundo informações da Polícia Militar, a confusão começou na boate Ponto Zero, com um disparo de arma de fogo. O tiro marcou o início de uma briga entre gangues rivais de adolescentes, que partiram para a rua se engalfinhando.

Não satisfeitos com as cenas de violência, um dos grupos, com aproximadamente 30 vândalos, forçou a parada de um coletivo da linha Interbairros II, que seguia em direção à Ópera de Arame. O condutor do veículo até tentou seguir o caminho, mas uma adolescente se pôs na frente, forçando a parada. O que se seguiu foram momentos de pura selvageria. Em bando, os adolescentes de uma gangue invadiram o coletivo, forçando a porta e apavorando os passageiros. Participantes de um grupo rival tentaram subir também, atirando paus e pedras, enquanto as pessoas jogavam-se no chão. O ônibus partiu lentamente, levando um rastro de destruição.

Nas informações preliminares da empresa Nossa Senhora da Luz, que faz a linha, não houve feridos, apenas prejuízos materiais. Do biarticulado, restaram apenas três vidros intactos. O resultado da violência podia ser visto a 300 metros do local, com cacos de vidros refletindo à luz até a Pedreira Paulo Leminski, um dos cartões postais da cidade.

Mas a barbárie não parou por aí. Os adolescentes que não embarcaram se envolviam em atos covardes, como um em que seis adolescentes estouraram um pedregulho de quase meio metro na cabeça de outro rapaz, que também foi alvo de chutes e pauladas.

Polícia

Apavorados com a baderna, moradores do local chamaram a polícia. Os policiais revistaram os adolescentes que permaneceram no local, falando em tom alto, mas só detiveram dois deles, encaminhados à Delegacia do Adolescente. Estes vão responder por crime contra o patrimônio, mas por muito pouco não respondem por homicídio, já que as testemunhas garantem que o adolescente agredido por pouco não morre nas mãos da gangue rival.

"O mais terrível nisso tudo é ver que alguns dos envolvidos na confusão não tinha sequer 15 anos, como a garota que enfrentou o ônibus", disse uma testemunha, que preferiu se manter anônima. "E o pior é que como são menores, vão continuar livres para continuar depredando o patrimônio e colocando pessoas inocentes, como os passageiros de ônibus, em risco. É muito triste ver-se impotente diante disso tudo".

A Polícia Militar só vai prestar maiores detalhes sobre a confusão na sexta-feira, quando o boletim de ocorrência ficar pronto. Entretanto, segundo informações da Urbs, os atos de vandalismo contra ônibus nas saídas dos bailões e jogos de futebol têm se tornado comuns. Só esse ano, 870 coletivos foram parcialmente depredados, com um prejuízo material de R$ 150 mil.

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