O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, confirmou ontem ter recebido cópia das gravações feitas pelo sindicalista Almir Teixeira, 53 anos, o “Zico”, assassinado a tiros em fevereiro do ano passado.

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“Zico” recebia ameaças desde que descobriu que colegas da diretoria do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) recebiam dinheiro de um suposto “acerto” com a empresa que fornecia cestas básicas às empresas de ônibus, para que estas as repassassem aos funcionários. Revoltado por ter sido preterido, ele ameaçou denunciar o fato aos associados e desencadeou série de desavenças dentro da entidade.

O Gaeco não se manifestou a respeito das gravações, mas deverá analisá-las com rigor, considerando que, na semana passada, prendeu temporariamente o diretor do Sindimoc, Denílson Pires, e os colaboradores Valdecir Bolette e Valdenir Dias, sob suspeita de desvio de verbas da entidade, na ordem dos R$ 10 milhões, desde a sua fundação. Os três foram soltos na sexta-feira passada e alegaram inocência, afirmando que estão sendo alvos de tramas políticas.

Eleição

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No próximo dia 30, haverá eleição no Sindimoc, que atualmente congrega cerca de 16 mil associados e movimenta grandes importâncias em dinheiro. O filho de “Zico”, Anderson Teixeira, concorre à presidência com chapa de oposição.

Denílson, que já foi presidente por duas vezes, concorre agora à vice-presidência, na chapa encabeçada por seu tesoureiro,Valdecir Bolette. O pleito promete ser acirrado.

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Mortes

É possível que o Gaeco também volte a investigar o assassinato de “Zico” e ainda busque apurar a morte de outro sindicalista, Aristides da Silva, o “Tigrinho”, que era presidente do Sindimoc e foi morto a tiros em Itapoá (SC), em seu bar, em 1998. O caso foi investigado pela Polícia Civil de Joinville e não se tem notícia se foi solucionado ou, pelo menos, o autor foi identificado.