Os 121 detentos de São José dos Pinhais se rebelaram, às 19h de domingo, ao ser descoberta uma tentativa de fuga. Dez ficaram feridos. Os rebeldes dominaram o preso de confiança, que serve a comida para as celas e tem as chaves dos cadeados, abriram os cubículos e ficaram aguardando o momento certo para render os policiais. Ao serem descobertos, eles começaram a destruir a cadeia e foram contidos com a chegada de policiais militares da Companhia de Choque e dos investigadores do Grupo Tigre. Os policiais invadiram o xadrez e dominaram os detentos com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Fuga

O superintendente Altair Ferreira, o “Taíco”, de São José dos Pinhais, informou que os detentos sabiam que tinha jogo do Brasil no domingo e, por isto, programaram a fuga. Os presos passaram o dia se revezando entre o solário e os demais quadrantes. Observaram o detento que iria permanecer no quadrante servir a comida e bater os cadeados. Depois trocaram de roupa, vestindo calça e sapatos. “O normal é eles ficarem de bermuda e chinelo”, comentou “Taíco”.

Assim que o preso do quadrante abriu a primeira cela, para entregar a janta, foi rendido. Na seqüência, os rebelados liberaram a outra ala e quebraram os cadeados. Só a porta principal separava os presos do restante da delegacia.” Eles estavam aguardando o plantonista passar o restante da comida, para que tomassem os policiais como reféns”, contou “Taíco”.

Vendo o plano ir por água abaixo, os presos se rebelaram e começaram a quebrar o xadrez. Para piorar a situação, houve queda de energia em São José dos Pinhais. Revoltados e acreditando que foram os plantonistas que cortaram a energia, os detentos quebraram as câmaras de segurança interna e destruíram a rede de energia.

Reforço

Com a enorme confusão, os plantonistas solicitaram a ajuda de grupos de elite das polícias Civil e Militar. Às 22h a juíza responsável pela cadeia, autorizou a entrada dos policias do Choque, do Tigre e do Cope, desde que não estivessem sendo usadas armas.

Na escuridão, cerca de 20 policiais entraram no xadrez para conter os 121 homens, que estavam armados com estoques de madeira e outros feitos com os cadeados destruídos. Durante o confronto, dez detentos ficaram feridos, sendo que três deles precisaram ser medicados, por terem sido atingidos pelos estilhaços das bombas e balas de borracha.

Responsáveis

De acordo com “Taíco”, o responsável por liderar o plano de fuga é Cristiano Barbosa da Silva, que está preso por assalto. Já Divanildo Reis de Souza, preso por roubo e tráfico de drogas, incentivou os outros detentos a iniciar o motim. “Os dois foram autuados em flagrante pelos crimes que cometeram. Outros oito presos foram indiciados pelo motim”, salientou “Taíco”.

Depois de tudo controlado e dos detentos contidos, parecia estar tudo calmo. Mas por volta da 1h da madrugada, oito estupradores, os chamados presos do “seguro”, foram atacados por outros detentos. A Polícia Militar teve que ser chamada novamente.

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