O preso Clóvis Oscar Rupp, 20 anos, pensava que poderia escapar mais uma vez da cadeia da delegacia de Pinhais, no início da noite de ontem. Com um estoque no pescoço de um investigador, ele liderou uma tentativa de fuga, mas foi impedido a tiros na porta da carceragem. Clóvis caiu morto na sala do plantão e Cleverson Pires de Lima, 22, aproveitou a confusão para pular uma janela basculante. Foi o único a fugir, os outros presos se intimidaram e voltaram para as celas.
Era hora da janta, quando o investigador Batista entrou na carceragem. Os presos haviam serrado o ferrolho das celas. Assim que o policial chegou com a comida, eles abriram as portas e armados com facas improvisadas e renderam o investigador. Tomaram as chaves das outras celas e liberaram todos os 25 presos da cadeia, que tem capacidade para 16.
Tiros
Segundo a polícia, Clóvis liderava a ação. Os presos se aglomeraram na porta que limita a carceragem, usando Batista como escudo. Diante da recusa dos outros policiais em dar-lhes a liberdade, os detentos arrombaram a porta, ficando frente a a frente com os investigadores.
Um descuido separou o refém de Clóvis e os policiais tiveram espaço para atirar. Clóvis foi morto e Cleverson, que vinha logo atrás, conseguiu entrar em um quarto anexo. Ele quebrou o vidro de uma janela basculante e consegui passar por ela. Cleverson já estava condenado por assalto e fugiu outras três vezes, sendo recapturado. “Ele voltará para trás das grades”, disse o investigador Barbosa.
Clóvis estava preso desde 30 de março, por roubo. De acordo a polícia, ele costumava liderar motins, querendo se tornar o líder da cadeia. Para controlar os problemas, revistas às celas são feitas freqüentemente, como havia sido feito no dia anterior à tentativa de fuga. Mas, terminada a confusão, foram encontrados seis estoques. “Faremos um pente-fino para ver se não há outras armas”, disse o superintendente Cordeiro.