Foto complica vida de porteiro

Um filme fotográfico recolhido na casa de Wellington Ribeiro do Nascimento, 28, preso depois de cometer um assalto ao edifício Monte Carlo, na Água Verde, – onde moradores foram seqüestrados e um cofre foi roubado – denunciou toda a quadrilha que participou do crime. Nas fotos – reveladas por policiais do 3.º Distrito -aparecem o porteiro do prédio, Marcelo Sitroski, 26 anos, abraçado com os demais assaltantes, reunidos em uma roda de pagode.

De acordo com o superintendente Amaral, o assalto foi planejado com a ajuda do porteiro, que contou aos ladrões – integrantes de um grupo de pagode – que no edifício residia o dono de uma joalheria. Na última sexta-feira, Wellington, o porteiro Marcelo, Allan Kardec Pinheiro de Abreu, 25; Samuel Doslink, 21; Renato da Silva e um indivíduo identificado como Claudinei, o "Truta", resolveram cometer o assalto. Com o acesso liberado pelo porteiro, o bando foi até o apartamento do joalheiro, acreditando que estivesse vazio, mas quando tentaram abrir a porta, escutaram a voz da empregada. A quadrilha então resolveu ir embora.

Roubo

Ao deixar o prédio, o bando encontrou um morador de outro apartamento, chegando em companhia de um amigo. Então resolveram assaltá-los. O porteiro simulou ter sido rendido e todos seguiram para o 17.º andar, onde invadiram o apartamento do rapaz e roubaram um cofre. Como não sabiam abrir o porta malas do Fiat Stilo do morador, os quadrilheiros colocaram o cofre no Monza placa KTO-4109, e fugiram levando junto o proprietário e o amigo. Os assaltantes se dividiram e o outro grupo também fugiu com o Fiat, levando a empregada do morador como refém. O porteiro permaneceu no prédio, simulando também ter sido vítima do assalto.

Na fuga, policiais do serviço reservado do 13.º Batalhão de Polícia Militar suspeitaram dos ocupantes do Monza, ao ver o porta-malas do carro aberto – onde estava o cofre. Houve tentativa de abordagem, troca de tiros e Renato da Silva foi baleado. Morreu a caminho do Hospital do Trabalhador. Wellington, que conduzia o veículo, fugiu, mas foi capturado momentos depois. Já os outros quatro bandidos conseguiram escapar com o Fiat Stilo, que foi abandonado com a empregada.

Fotos

Wellington foi levado ao 3.º DP e os policiais continuaram a investigar o assalto. Na casa dele os investigadores encontraram um filme fotográfico e quando o revelaram, viram o porteiro abraçado com os demais bandidos, numa roda de pagode. Marcelo, que alegou ter sido ferido durante o assalto, estava de licença médica, e depois de identificado foi preso. Através dele, os policiais chegaram até Samuel e Allan, este já ficou quatro anos recolhido no presídio do Carandiru, em São Paulo, por assalto e homicídio.

Depois do roubo do cofre, Samuel e Allan seguiram para o Tatuquara, onde expulsaram a moradora de um barraco e invadiram a moradia, para se refugiarem. Com a prisão dos acusados, os policiais pretendem chegar até Claudinei, o quinto envolvido no assalto.

Na delegacia, os presos contaram que são integrantes de um grupo de pagode e que recebem entre R$ 20,00 a R$ 30,00 pelas apresentações que fazem em lanchonetes e bares do Tatuquara.

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