Fim do namoro provoca tragédia no Bacacheri

O inconformismo com o fim de um relacionamento amoroso cegou a razão de Sandro Teixeira Dias, 30 anos. Abalado, ele encerrou as tentativas de reconciliação com Sara Rodrigues Lourenço, 21, da forma mais dramática possível. Disparou dois tiros de revólver, um no rosto da ex-namorada e outro no próprio ouvido. Ambos morreram na hora. A dramática cena aconteceu na Rua Moreno Roseira Penteado de Almeida, Conjunto Solar, no Bacacheri, às 12h10 de ontem.

O casal namorou durante um ano e meio, segundo informaram amigos e coletas de trabalho da jovem. No entanto, como o relacionamento caiu na rotina, Sara passou a se queixar. “Ela comentava que ficou monótono e não gostava tanto dele como antes”, falou Maicon Júnior, funcionário da Gráfica Pirâmide, onde Sara trabalhava na função de bloquista.

Rompimento

Na semana passada, Sara revelou a Maicon e aos demais companheiros que terminara o romance com Sandro. Mas o rapaz não aceitou passivamente. Ao meio-dia de quinta-feira, esperou a folga do almoço da jovem e discutiu com ela. “Não ouvimos porque estavam longe. Mas dava para ver os gestos”, contou Rodrigo Barros, 25, outro empregado da Pirâmide. Durante a noite, o casal teria brigado mais uma vez.

Ontem, novamente Sandro foi à gráfica – com seu Voyage AHL-3908 -, localizada entre a BR-476 e a Rua Engenheiro Romeu Gonçalves Pereira, no Conjunto Solar. Pararam numa rua próxima e conversaram por alguns minutos – ele no banco do motorista e ela do lado de fora, debruçada na janela. Era uma conversa aparentemente calma e em tom baixo, segundo João Artur, morador do bairro, que testemunhou o instante em que Sandro puxou a arma, atirou no rosto de Sara e imediatamente disparou contra o próprio ouvido.

Segundos depois passou por ali o soldado Belisário, do Regimento de Polícia Montada, que ia para a instrução de tiro. Avisado por uma testemunha, o PM viu Sara imóvel no chão e Sandro sangrando no banco do carro, ainda esboçando sinais de vida. “Tomei o revólver da mão dele e chamei o Siate. Até então, não sabia que o rapaz havia dado os tiros”, disse Belisário. Quando o socorro médico chegou o casal já estava morto.

Pai

Por uma triste coincidência, o pai de Sara é motorista do ônibus da linha Solar, cujo itinerário inclui o local do crime. Coube à PM a dura missão de comunicar-lhe a tragédia.

Mãe de uma filha, a jovem morava no Alto Maracanã, em Colombo. Amigos e conhecidos dela não souberam dizer profissão e outros detalhes da vida de Sandro. O revólver calibre 38 que o PM tirou das mãos do rapaz, com duas cápsulas deflagradas, será anexado ao inquérito aberto pela Delegacia de Homicídios.

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