Assaltos na Polifarma deixou proprietário
sem saber a quem pedir socorro.

Depois de sofrer 21 assaltos em sua farmácia – a Polifarma, situada na Rua Joaquim Silveira da Mota, 604, Guabirotuba – o farmacêutico Maurício Poliquesi, 39 anos, já não sabe mais a quem recorrer. Ele pediu ajuda à Polícia Militar, registrou várias queixas na Polícia Civil e nada resolveu. “Quero trabalhar em segurança, é tudo o que peço às autoridades”, disse ele, que tem encontrado dificuldade até em contratar funcionários para o estabelecimento.

O último assalto ocorreu no sábado, quando homens armados invadiram a farmácia e levaram a féria do dia. “Os valores roubados não são altos, mas o prejuízo emocional que cada assalto proporciona é incontável”, diz ele, salientando que a balconista – que é sua cunhada – está tomando calmantes desde então, para poder atender aos clientes. “Qualquer pessoa estranha que entra na farmácia já é o bastante para ela ter uma crise de nervos. Há dois anos, em outro roubo, a filha dele – então com 16 anos – estava no balcão. Dominada e ameaçada, a jovem levou meses fazendo tratamento para superar o trauma.

Reuniões

Maurício, além de procurar ajuda policial, também já participou de reuniões realizadas no bairro pela própria PM, mas nunca lhe foi apresentada nenhuma solução para o caso. “Sei que há um problema social no Brasil, que precisa ser resolvido, mas também sei que a polícia existe para coibir esse tipo de coisa e prender os responsáveis”, ressaltou. No penúltimo roubo, um vizinho da farmácia chegou a seguir os ladrões até o esconderijo deles e forneceu o endereço para a polícia. “Ninguém fez nada. Foi uma coisa irritante”, comentou.

O que ele mais ouve dos policiais é a recomendação para que coloque alarmes ou câmeras de vídeo na farmácia, para inibir a ação dos criminosos. “Até parece que eles são representantes desses equipamentos e querem vendê-los. Porém, isso não representa uma solução. Não quero criar um esquema de segurança paralelo. Quero ter garantias para trabalhar”, finalizou.

Providência

Já a rede de farmácias Drogamed, que foi uma recordista de assaltos em Curitiba, resolveu parte de seu problema implantando, em agosto do ano passado, um sistema de segurança que permite contato direto com a central da Polícia Militar. Tal sistema já propiciou a prisão de vários assaltantes e identificação de outros, reduzindo em 65% o número de roubos nas unidades da rede.

A Drogamed não divulga quantos assaltos sofreu nem dá mais informações a respeito do sistema de segurança. Só informa que ele monitora todas as farmácias da rede, e quando um roubo acontece, a polícia é imediatamente avisada. Em alguns casos chega a surpreender o ladrão ainda dentro do estabelecimento.

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