Golpe

Famosa taróloga presa era líder de quadrilha

Na manhã de terça-feira (19), policiais civis da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC) deflagraram a Operação Orixás, prendendo parte de uma quadrilha que utilizava o desespero emocional das vítimas para a prática de estelionato. A famosa taróloga “Dani”, do bairro Batel, em Curitiba, era a líder da quadrilha.

Foram presas três pessoas temporariamente pela prática dos crimes de estelionato e formação de quadrilha. Danielle Gaich Nicolitz, a “Dani”, 33 anos, C.EY.J. e D.B.S., 61 anos, presidente do Conselho Mediúnico do Brasil-Federação Paranaense de Umbanda e Candomblé (Cebras) estão na carceragem da DEDC. “Estão foragidas outras duas pessoas, o sogro e a sogra de ‘Dani’”, contou o delegado adjunto da DEDC, Matheus Laiola.

O delegado contou que foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência da família, local onde “Dani” fazia as consultas espirituais, no Batel, na residência de Simões e na Sede do Cebras, no centro da cidade. “Foram apreendidos diversos documentos que irão embasar a investigação”, lembrou Laiola.

Entenda o caso

Em fevereiro, uma pessoa/vítima, objetivando que seu filho se afastasse de uma mulher, procurou a cartomante “Dani”. Durante várias consultas, “Dani”, com o apoio de seu esposo, sogra e sogro, conseguiu retirar da vítima R$ 381 mil, com a garantia de que este dinheiro iria para uma entidade localizada em Santos-SP e que um dia o dinheiro seria devolvido.

“Além de não devolver o dinheiro, “Dani” ainda estava exigindo R$ 54 mil para ‘finalizar’ o trabalho. Para justificar a demora na devolução de toda o dinheiro, ela indicou Simões para a vítima. Na consulta, ele confirmou que ainda faltava o restante do dinheiro para finalizar o trabalho”, explicou o delegado.

Em razão de toda a situação, Laiola representou pelas prisões e buscas domiciliares dos envolvidos, deferidas pela juíza titular da 8.ª Vara Criminal de Curitiba.

“Restou claro que ‘Dani’ utilizava todo o staff da sua família para lesar a vítima. Ela induziu a vítima em erro, lesando-a financeiramente, utilizando o desespero emocional para tomar dinheiro dela. Descobrimos ainda que a entidade localizada em Santos, na qual ‘Dani’ dizia que o dinheiro estava, não existe”, contou Laiola.

Conforme o delegado titular da DEDC, Marcelo Lemos de Oliveira, outras diligências serão feitas na Operação Orixás. “Agora vamos realizar diversas outras diligências como quebra dos sigilos bancários e fiscais, sendo que todos os veículos dos membros da quadrilha, avaliados em aproximadamente R$ 500 mil, já estão bloqueados”, disse.

Operação Orixás recebeu este nome em razão de que em diversas passagens das consultas realizadas por “Dani” há citações dos ancestrais divinizados africanos como Orixás, Exús, Pombagiras e Vó Conga.

 

Atualização

“Ainda, de acordo com o já analisado, tem-se que os réus C.E.Y., C.EY.J. e D.B.S. não tiveram envolvimento com o crime em comento”, tendo sido condenadas apenas Danielle Gaich Nicolitz e Cleidy Mara Yovanovich.