Horas depois de atropelar a aposentada Delmira Carvalho dos Santos, 58 anos, e os irmãos Jessica, 3, e Eduardo Goethe, 4, na manhã de segunda-feira, o condutor do trator desgovernado apresentou-se à delegacia de São José dos Pinhais. Em seu interrogatório, Arildo Lisboa, 39, afirmou que os freios falharam devido a um problema mecânico. Para confirmar sua versão o trator será submetido a uma perícia.
Segundo o superintendente da delegacia local, Altair Ferreira, Arildo contou que fazia um trabalho para uma empresa de materiais de construção, da qual é funcionário, quando os freios do trator falharam e ele perdeu a direção do veículo. Depois do acidente, o condutor disse ter percebido que Delmira e Jessica estavam mortas e o garoto ferido, e por isso fugiu assim que acionou o Siate. “Ele foi para a empresa e não ficou no local por medo da reação dos familiares das vítimas”, afirmou Ferreira.
Devido a versão dada por Arildo, ele foi indiciado, a princípio, por homicídio culposo (sem intenção de matar). Esta semana o trator será submetido a perícia por mecânicos especializados, para verificar se a defesa do motorista procede. “Caso seja provado o contrário, isto é, que o condutor foi imprudente e dirigia em alta velocidade, ele será indiciado por homicídio doloso”, explica Ferreira.
Acidente
A fatalidade ocorreu por volta das 10h, quando a aposentada conversava com Jessica e Eduardo em frente a casa deles, na Rua Marialva, Jardim Ouro Fino. O trator desgovernado desceu a ladeira, atropelando-os e depois tombando. O acidente chocou os moradores da região, uma vez que Delmira era uma mulher benquista. Ao morrer, ela presenteava os irmãos com relógios de brinquedo em homenagem ao Dia das Crianças, tradição que a aposentada seguia há tempos, doando parte do que ganhava às crianças carentes da região.