Em Ponta Grossa, uma mulher que se dizia e atendia como médica, há pelo menos seis meses, foi presa pela Polícia Civil, na noite de quinta-feira. Karen Isabela Marchese, de 25 anos, atuava como clínica geral. Para atender aos pacientes no Hospital Cidade, onde foi presa em flagrante, usava o nome da dermatologista curitibana Karin Adriane Helmer, devidamente registrada no Conselho Regional de Medicina (CRM). Segundo o delegado da 13.ª Subdivisão da Polícia Civil, Homero Vieira Neto, até o final da tarde de ontem, a mulher não havia se pronunciado.
O promotor de Justiça da Saúde Pública, Fuad Faraj, disse que, através de receita médica, em papel timbrado do hospital, a médica curitibana ficou sabendo que havia uma pessoa, em Ponta Grossa, que atuava e assinava com o nome dela. Imediatamente, informou o CRM e o Ministério Público, que solicitou a prisão preventiva da acusada.
Crimes
Ainda de acordo com o promotor, nesse primeiro momento dois crimes foram verificados: exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica. No entanto, outros crimes estão sendo investigados pelo MP. ?Vamos verificar a participação e responsabilidade da administração do hospital, que tinha conhecimento ou agiu com negligência. Também vamos apurar se houve danos por conta do atendimento por ela prestado, inclusive morais, pois onde já se viu cobrar R$ 30 por consulta com a médica que não é médica? Algo que também chamou a nossa atenção e que vamos averiguar são alguns receituários azuis (utilizados na prescrição de medicamentos de tarja preta, de uso controlado) que foram apreendidos. Pode se tratar de comércio de substâncias entorpecentes?, informa o promotor.
?Apenas na quinta-feira, com o nome da verdadeira médica, Karen Marchese realizou pelo menos 35 consultas?, adiantou Faraj. ?Além de consultas, durante o feriado ela era a única médica no hospital, ou seja, também cuidava dos pacientes internados.?
O Hospital Cidade de Ponta Grossa informou que a direção só vai se pronunciar sobre o caso na segunda-feira.