Extorsão incrimina dono do site TV Injustiça

A mulher que denunciou uma tentativa de estupro por parte do estelionatário Neviton Pretty Caetano – dono do site TV Injustiça, que costumava se fazer passar por jornalista e advogado – compareceu ontem ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), onde reconheceu todo o armamento apreendido pela polícia na chácara do acusado. Foi ela quem avisou aos policiais da existência das armas e deu o endereço da chácara, para que as investigações pudessem ter continuidade. Também ontem o Cope teve acesso a uma fita gravada,na qual o acusado exigia dois quilos de ouro de um empresário – dono de uma mina de ouro em Campo Largo – para “aliviar” algumas denúncias que fazia através da TV Injustiça. Esta talvez se transforme em uma das mais importantes provas contra o estelionatário.

Dono de uma ficha criminal de dar inveja a qualquer bandido, Neviton tem supreendido até mesmo a polícia, pela diversidade de crimes praticados. Ele tem passagens por vários distritos da capital e responde a processos em praticamente todas as Varas Civeis de Curitiba. De acordo coma Ordem dos Advogados do Brasil – seção Paraná, que investiga as atividade ilegais do acusado juntamente com o Ministerio Público e o Cope, o vigarista teria lesado cerca de 40 mil pessoas nos últimos anos, praticando deste extorsões, até ameaças e estelionatos.

Site

Através do site – que foi retirado da internet – ele divulgava informações inverídicas a respeito de pessoas de bom poder aquisitivo, para extorqui-las em seguida, exigindo altas quantias para retirar a falsa notícia da rede. Com relação aos menos favorecidos, arranjava inúmeras formas de lesá-los, tomando pequenas quantias. Na maioria das vezes prometia “limpar” o nome da vítima no Seproc ou Serasa e cobrava para isso. Com uma liminar, conseguia retirar o nome da pessoa da lista de maus pagadores por alguns dias. Convencia a vítima de que estava tudo legalizado e ficava com o dinheiro. Mais tarde, o nome do lesado voltava a aparecer. Ele, segundo denúncias, também agia em loteamentos, convencendo os compradores de terrenos que não precisavam mais efetuar os pagamentos das prestações, porque já tinham direito adquirido sobre a propriedade. Recebia algum dinheiro deles para regularizar de vez a situação e desaparecia. As pessoas deixavam de pagar o terreno, acreditando no falso advogado, e mais tarde descobriam ter caído numa cilada.

Mais denúncias

Graças a um mandado de prisão expedido pela Justiça a pedido da PIC, Neviton Caetano foi preso na sexta-feira passada, em seu escritório, no centro de Curitiba. Centenas de documentos comprometedores foram apreendidos. Há informações de que outros indivíduos que mantinham ligações com Neviton poderão ter suas prisões preventivas decretadas.

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