Exploração ilegal de palmito no litoral do Paraná

A Polícia Federal (PF) cumpriu ontem 16 dos 19 mandados de prisão preventiva expedidos em Paranaguá, contra acusados de integrar uma quadrilha de exploração ilegal de palmito no litoral do Paraná.

As prisões resultam da Operação Juçara, que investiga a extração ilegal de palmitos no Parque Nacional Saint Hilaire, nos municípios de Guaraqueçaba e Guaratuba.

De acordo com a PF, dentre os detidos estão funcionários públicos e pessoas que exercem ou exerceram cargos eletivos. Segundo o delegado da PF em Paranaguá, Jorge Luís Fayad Nazário, foram presos um sargento da Força Verde da Polícia Militar e um fiscal do Instituto Ambiental do Paraná.

Em Guaratuba, a PF também confirmou a prisão do procurador do município, Jean Colbert Dias; do diretor da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), Mordecai Magalhães de Oliveira, e do ex-prefeito da mesma cidade, José Ananias Santos, que é pai do atual vice-prefeito – José Ananias Santos Júnior – também apontado como participante da quadrilha e está foragido.

A operação mobilizou cerca de 100 policiais federais, além de policiais militares e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e foi motivada depois da apreensão de um carregamento ilegal de palmito, em janeiro. “O indivíduo flagrado apontou o ex-prefeito de Guaratuba como o dono da carga”, afirma Fayad.

Fraude

Ainda segundo a PF, os detidos fraudavam documentos de origem florestal para burlar a fiscalização da extração e comercializar o produto como se fosse de produção lícita.

Como José Ananias é proprietário de uma fábrica de conservas, ele orientava a extração ilegal e o grupo utilizava um mesmo Documento de Autorização de Transporte para cargas lícitas e ilícitas.

Quando ao procurador de Guaratuba, é acusado de incitar o ex-prefeito para que orientasse testemunhas a mudar depoimentos na PF. Já o chefe da Ciretran estaria fornecendo número de placas reservadas aos veículos da Polícia Federal para que fossem evitadas fiscalizações.

Sete dos 18 presos que ocupavam cargos públicos foram removidos para Curitiba, por determinação judicial, e estão recolhidos no Quartel da Cavalaria, em Curitiba. Os demais presos foram encaminhados para a cadeia pública de Paranaguá e para as delegacias de Antonina e Morretes.