Alberto Melnechuky
Claudinei estaria parado no
meio da rua quando foi morto.

Enquanto estava parado na Rua Bela Vista, Jardim Santa Teresa, Borda do Campo, em São José dos Pinhais, o mecânico Claudinei Rodrigues Sabino, 22 anos, foi morto a tiros, por volta das 20h30 de segunda-feira. De acordo com o soldado Almeida, do 17.º batalhão da Polícia Militar, havia uma poça de urina ao lado do corpo, bem no meio da rua, o que indicava que a vítima poderia estar fazendo necessidades fisiológicas quando foi morta.

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De acordo com os exames preliminares da perita Maria do Rocio, da Polícia Científica, havia quatro perfurações de balas no peito de Claudinei. O irmão da vítima, Tiago, esteve no local e contou aos policiais que seu irmão era usuário de drogas e não morava na região. Residente no Sítio Cercado, Claudinei ia à Borda do Campo duas ou três vezes por semana visitar o irmão. Porém, o que o soldado Almeida e o cabo Toledo estranharam é que a rua não é trajeto habitual de Claudinei até a casa de Tiago e, por ele ser usuário de drogas, os policiais acreditam que ele estivesse indo ou voltando de alguma "boca de fumo".

O local onde a vítima foi morta, um trecho de rua completamente escuro, rodeado de mato de um lado e um descampado do outro, não tem casas nem postes de iluminação próximos. Em princípio, não houve testemunhas. Os policiais descartaram a hipótese de assalto, pois a vítima permaneceu com dinheiro e seus documentos nos bolsos.

Gangues

Outra possibilidade levantada pelos policiais é alguma rixa entre gangues. A região da Borda do Campo é dominada por dois grupos rivais, o do Gueto e o do Porão, que há alguns anos vêm promovendo barbáries no município. O soldado Almeida conta que, há algumas semanas, abordaram Tiago, irmão de Claudinei, em uma festa, em que participavam integrantes da gangue do Gueto. Aliás, a área em que Claudinei foi morto é dominada por esta gangue. Apesar de a vítima não pertencer a nenhum destes grupos e de também não possuir antecedentes criminais, os policiais não descartam a hipótese de alguma rixa entre as gangues, devido ao envolvimento de Tiago com a turma do Gueto. "Já apreendemos armas e drogas com esses grupos e chegamos a deter alguns deles. Mas eles continuam brigando entre si. Além disso a população não dá informações, e fica difícil acabarmos com essa violência e com as bocas de fumo", disse o soldado Almeida.

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