Executado na escuridão

Enquanto estava parado na Rua Bela Vista, Jardim Santa Teresa, Borda do Campo, em São José dos Pinhais, o mecânico Claudinei Rodrigues Sabino, 22 anos, foi morto a tiros, por volta das 20h30 de segunda-feira. De acordo com o soldado Almeida, do 17.º batalhão da Polícia Militar, havia uma poça de urina ao lado do corpo, bem no meio da rua, o que indicava que a vítima poderia estar fazendo necessidades fisiológicas quando foi morta.

De acordo com os exames preliminares da perita Maria do Rocio, da Polícia Científica, havia quatro perfurações de balas no peito de Claudinei. O irmão da vítima, Tiago, esteve no local e contou aos policiais que seu irmão era usuário de drogas e não morava na região. Residente no Sítio Cercado, Claudinei ia à Borda do Campo duas ou três vezes por semana visitar o irmão. Porém, o que o soldado Almeida e o cabo Toledo estranharam é que a rua não é trajeto habitual de Claudinei até a casa de Tiago e, por ele ser usuário de drogas, os policiais acreditam que ele estivesse indo ou voltando de alguma "boca de fumo".

O local onde a vítima foi morta, um trecho de rua completamente escuro, rodeado de mato de um lado e um descampado do outro, não tem casas nem postes de iluminação próximos. Em princípio, não houve testemunhas. Os policiais descartaram a hipótese de assalto, pois a vítima permaneceu com dinheiro e seus documentos nos bolsos.

Gangues

Outra possibilidade levantada pelos policiais é alguma rixa entre gangues. A região da Borda do Campo é dominada por dois grupos rivais, o do Gueto e o do Porão, que há alguns anos vêm promovendo barbáries no município. O soldado Almeida conta que, há algumas semanas, abordaram Tiago, irmão de Claudinei, em uma festa, em que participavam integrantes da gangue do Gueto. Aliás, a área em que Claudinei foi morto é dominada por esta gangue. Apesar de a vítima não pertencer a nenhum destes grupos e de também não possuir antecedentes criminais, os policiais não descartam a hipótese de alguma rixa entre as gangues, devido ao envolvimento de Tiago com a turma do Gueto. "Já apreendemos armas e drogas com esses grupos e chegamos a deter alguns deles. Mas eles continuam brigando entre si. Além disso a população não dá informações, e fica difícil acabarmos com essa violência e com as bocas de fumo", disse o soldado Almeida.

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