Ex-presidiário fuzilado no banheiro de casa

Há menos de um ano Edgar Antônio Miranda, 37 anos, o “Galo Cego”, saiu em liberdade provisória do xadrez da delegacia de Pinhais. Na noite de quinta-feira, três homens armados invadiram a casa onde ele morava com a mãe, na Rua Belo Horizonte, Conjunto Bonilauri, naquele mesmo município. Os invasores atiraram várias vezes contra o homem, que morreu no banheiro da moradia. O motivo foi dívida por tráfico de drogas, segundo apurado pela polícia.

Quatro homens chegaram ao endereço em duas motocicletas Honda CG, de acordo com o cabo Setti, e soldados Costa e Gledson, do 17.º Batalhão da Polícia Militar. Sem tirar os capacetes, três deles entraram na casa e o outro ficou vigiando o portão de entrada. Na sala, Edgar preparava-se para sair, enquanto sua mãe, Maria Aparecida de Aguiar, cuidava do neto no quarto. “Cadê o dinheiro?”, gritaram com as pistolas em punho. Não adiantaram os apelos da vítima nem os da sua mãe para que não atirassem.

Fuzilaria

Nas paredes podiam ser vistas muitas marcas de tiros, disparados quando Edgar tentava fugir para o banheiro. Ele se trancou lá dentro, mas a porta foi derrubada com pontapés, depois de ser furada por disparos. O homem recebeu vários tiros e morreu atrás da pia. “Eu cheguei a me ajoelhar para pedir que não fizessem aquilo”, lamentava a mãe. Edgar era o primeiro de oito filhos, dois deles já mortos.

Conforme relatado pelo investigador Barbosa, da delegacia de Pinhais, os assassinos pegaram 30 pedras de crack e o dinheiro da vítima, antes de sair da casa, como se nada tivesse acontecido. “Ele era traficante da região e não pagou a dívida da droga”, disse.

Antecedentes

A família de Edgar contou que ele passou 16 anos atrás das grades. Quando moravam em São Paulo, ficou preso por nove anos no Carandiru, por assalto a mão armada. Depois da mudança para Curitiba, ele foi preso em Antonina, Morretes e Pinhais, também por assalto.

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