Ex-presidiário fuzilado em Colombo

O ex-presidiário Cassiano Ricardo Rodrigues, 21 anos, foi executado às 18h20 de ontem, na Rua Arlindo Andreata, Jardim Ana Terra, em Colombo. Com tiros na cabeça e nas nádegas, o corpo ficou estendido ao lado de um barranco, coberto por lixo.

Várias pessoas viram quem foi, mas ninguém se atreveu a falar sobre o assunto. Alguns se arriscaram a dar algumas pistas. “Foi confusão deles mesmos”, disse um senhor que olhava o corpo, indicando que o criminoso seria comparsa de Cassiano, que esteve preso na delegacia do Alto Maracanã, por roubo. Outro comentou que foi um catador de papéis e um terceiro dizia que o autor estava em um carro, mas sem fornecer muitos detalhes. “Pararam o carro e ele fez o serviço”, resumiu.

Silêncio

Um morador contou que ouviu cerca seis tiros e só depois de alguns minutos foi ver o que tinha acontecido. “Quem vive aqui, tem que ser cego, surdo e mudo. Se não, não vive. Deus é o melhor caminho para a verdade”, filosofou o morador. “Quem fala muito, não vive para continuar falando”, acrescentou um outro.

O silêncio é a melhor maneira encontrada pelos moradores para assegurar a própria vida. Alguns inconformados com as injustiças costumam denunciar os criminosos dias depois, mas anonimamente.

Detido

Os soldados Faria e Padilha, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, detiveram um homem que se queixou de ter sua casa invadida por marginais armados, pouco antes do crime. Os policiais suspeitaram que o queixoso poderia ter algum envolvimento com o assassinato. Isto porque a vítima já tinha antecedentes por roubo. Mas um morador garantiu que o detido não era o assassino. “Como o nome dele não está cadastrado no sistema, vamos aguardar e entregá-lo aos policiais civis, que decidirão o que fazer”, salientou Faria.

Acostumado a atender ocorrências na periferia de Colombo, o soldado disse que é comum as pessoas não colaborarem com a polícia. “A maioria deles sabe quem foi. Se duvidar o autor está no local do crime. Mas como saber?”, comentou o policial. O caso deverá ser investigado pela delegacia do Alto Maracanã.

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