A ex-diretora do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em Ponta Grossa, Elma Romano, acusada de participar de esquema de autorizações irregulares para corte de araucária na região, já foi localizada pela polícia. Ela está internada no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, para tratar uma crise nervosa. Desde a noite da última terça-feira, dia em que foi desencadeada a Operação Floresta Negra, Romano está sob escolta policial.
O cumprimento do último dos nove mandados de prisão temporária foi divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). De acordo com nota do órgão, ?o delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Francisco Caricati, pedirá à Justiça para que outro médico avalie o estado de saúde de Elma?. Eles esperam que a ex-diretora deixe o hospital para detê-la.
O advogado que representa Romano, Dálio Zippin, informou que ela deve ficar pelo menos mais dez dias internada. Ele afirmou que, assim que soube do mandado de prisão, sua cliente pediu que a polícia fosse avisada de sua localização. ?Comuniquei ao delegado, que, assim que soube, mandou policiais para fazerem a escolta dela no hospital. Ela foi ouvida ainda na terça-feira?, diz o advogado.
Segundo Zippin, o mandado de prisão vence no próximo domingo, mas pode ser renovado e ainda cumprido. Sobre as acusações contra a cliente, ele diz que Romano ?está extremamente chocada?. ?Ela diz que foi ela mesmo que denunciou tudo isso. Em 2004, no escritório do IAP em Ponta Grossa, ela constatou as irregularidades e denunciou, inclusive citando nomes de policiais da Força Verde e funcionários do IAP, que já foram afastados.?
De acordo com o advogado, as denúncias foram enviadas para o Ministério Público em Ponta Grossa, para a Polícia Federal, para a Ouvidoria Geral do Estado e ainda diretamente para o e-mail do governador Roberto Requião. ?Ela diz que essas acusações são uma espécie de vingança pela prisão das pessoas que ela mesma denunciou?, completa.
Carta
O colunista de O Estado, Fábio Campana, divulgou ontem no seu blog uma carta que teria sido enviada por Romano à diretoria do IAP no último mês de junho. No texto, ela estaria comunicando a chefia regional sobre os motivos de sua saída do órgão. ?Ao encontrar problemas neste escritório, protocolei junto ao Ministério Público pedido de investigação, uma vez que um funcionário emprestado a este órgão elaborou laudos falsos, induzindo esta chefia a erro, o referido funcionário realizava vistorias sempre acompanhado por um policial da Força Verde, onde jamais imaginei que as informações fossem falsas, pois ainda existiam laudos técnicos, elaborados por engenheiros sempre acompanhados de ART-Anotação de Responsabilidade Técnica?, traz um trecho.