Ex-BBB Buba acusa polícia de abuso

Um dia depois de ser libertado pela Justiça, o ex-participante do Big Brother Edílson Buba, 32 anos, acusou a polícia de abuso de autoridade. Ele acredita que se não fosse famoso não ficaria preso. Na entrevista coletiva concedida ontem em um luxuoso hotel no Batel, em Curitiba, ele revelou que um livro e a criação de uma organização não governamental de combate às drogas estão em seus planos.

Buba ainda agradeceu o depoimento da delegada Ana Cláudia, do aeroporto, à Justiça, que disse acreditar que ele era usuário. “O problema é que nem todo mundo tem a sensibilidade da doutora Ana Cláudia”, disse, garantindo que é usuário eventual de droga. “Eu ganhei os comprimidos e maconha. Nunca comprei nada. Não estou dizendo isto para proteger ninguém. Isso era comum e acabei gostando do negócio. A prisão serviu de exemplo para eu parar. Vi que não é legal”, contou. Segundo o ex-BBB, que é dono de um bar no Batel, seu caso é um alerta para os usuários de droga. “Qualquer usuário corre o risco de ficar de três a 15 anos preso. Mesmo sendo usuário, pode cair nas mãos de um delegado, como eu”, afirmou.

Buba lembrou que uma semana antes de ser preso esteve no programa Domingão do Faustão, da Rede Globo, e manifestou a vontade de ser candidato a vereador em Curitiba. “Engraçado que uma semana depois fui preso. O projeto foi abandonado após passar pouco mais de três meses na prisão e trocado por um novo, uma ONG chamada “Vida Limpa, Vida Livre”, que pretende auxiliar os dependentes químicos. “Os traficantes mesmo estão soltos, muitos usuários cumprem pena por tráfico de drogas”, lamentou.

Processo

O alvará de soltura expedido pela juíza da 2.ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, Luciani Regina Martins de Paula, ainda não extingue o processo, que terá continuidade com nova audiência marcada para terça-feira. Ainda faltam ser ouvidas testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa.

Delegado-chefe rebate acusação

O delegado Agenor Salgado, chefe da Divisão Metropolitana, negou que houve abuso de autoridade em relação à prisão de Buba, que aconteceu no dia 26 de abril, no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Ele foi apanhado com 18 comprimidos de ecstasy e 18 gramas de maconha. “Qualquer delegado de bom senso, no Brasil, e com o mínimo de conhecimento jurídico teria agido da mesma forma. Tanto que o fato foi confirmado pelo Ministério Público e pelo poder Judiciário durante todo esse tempo”, apontou Salgado. Ele relatou que a delegada Ana Cláudia, após efetuar a prisão, entrou em contato com ele e perguntou o que deveria ser feito. “Devido à inexperiência da delegada, que provavelmente nunca tinha feito um flagrante de tráfico de drogas, e por ela estar muito nervosa, devido à fama do acusado, solicitei que o delegado de São José dos Pinhais, Osmar Dechiche, tomasse as providências necessárias”, justificou. Salgado diz que as cadeias abrigam dezenas de condenados por tráfico de drogas, presos em situações de menor gravidade, que passam muito mais tempo na cadeia do que Buba. “Só que eles não têm boas condições financeiras. Atribuo a liberdade de Buba à competência de seu advogado. Não adianta o Buba posar de politicamente correto agora, ele é apenas vítima de seus próprios erros”.

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