Estrangulado com o próprio cinto em Piraquara

Seguindo ao supermercado, bem cedo na manhã de ontem, uma moradora do Jardim Esmeralda, em Piraquara, encontrou o corpo de um homem caído num terreno da Avenida São Roque, atrás do cemitério de mesmo nome. O homem não tinha documentos de identificação consigo e possuía sinais de estrangulamento. A Polícia Militar foi chamada e fez as anotação iniciais do homicídio, que devem chegar à delegacia do município para investigações.

 O corpo foi encontrado por volta das 7h30 de ontem. A mulher chamou os seguranças do Hospital São Roque, que imediatamente acionaram a polícia. Tanto a mulher, quanto um dos seguranças, que diz ser morador antigo da região, afirmaram não reconhecer o jovem morto.

Segundo constatou o perito Elmir, do Instituto de Criminalística, o rapaz foi estrangulado com seu próprio cinto. Estava sem sapatos, apenas com as meias, e há sinais de que tenha sido morto próximo dali e jogado para o outro lado da cerca de arame farpado, nos fundos do cemitério. Uma das meias ficou engatada no arame e o passador de cinto de sua calça jeans estava rasgado recente, como se tentaram o arrastar segurando pelo passador. O garoto era branco, com os cabelos castanhos claros e cortados bem curtos, quase rentes à cabeça, e não aparentava mais que 25 anos. Estava bem vestido, com a calça jeans e uma camisa social de mangas curtas bege clara.

Vandalismo no Cemitério São Roque

Depois que o corpo do rapaz estrangulado foi recolhido pelo Instituto Médico-Legal (IML), alguns moradores denunciaram que, entre outras barbaridades, malandros estavam roubando corpos e ossos do Cemitério Municipal São Roque. A equipe de reportagem andou pelo local e encontrou alguns túmulos violados. Apesar disto, um zelador explicou que roubos de ossos e corpos nunca aconteceu.

O que vem ocorrendo são atos de vandalismo, em que os marginais entram à noite no cemitério – que possui cercas de arame farpado, mas nenhum impedimento a quem quer entrar – e quebram as sepulturas. Talvez procurem por objetos valiosos que são enterrados junto com as pessoas, como jóias, dentes de ouro, entre outros. E não diferente da maioria dos outros cemitérios, há também os furtos de placas de bronze e objetos que adornam os túmulos. Os zeladores às vezes têm bastante trabalho, arrumando a quebradeira feita pelos vândalos, que voltam na noite seguinte e quebram tudo de novo. Uma das sepulturas, mostrou o funcionário, foi quebrada e arrumada duas noites seguidas, até que pediram autorização da família para guardas os ossos em outro local.

Bagunça

O cemitério e o terrenos dos fundos são bastante usados pelos moradores locais, para cortar caminho da Avenida São Roque até a Avenida Brasília, e vice-versa. No entanto, há determinados horários em que o local não pode ser usado. Como se não bastasse o vandalismo durante a noite, viciados e marginais se aglomeram no local para usar entorpecentes, beber, fazer sexo ou simplesmente fazer bagunça, em alguns horários do dia. ?Final de tarde nem dá mais para passar por aqui, pois já reúne aquele grupo se drogando?, contou uma moradora do Jardim Esmeralda.

?Por algumas vezes já entramos aqui e tiramos os marginais daqui?, comentou o soldado Roni, do Projeto Povo de Piraquara. No entanto, um dos zeladores do cemitério contou que, apesar da boa vontade dos policiais, o patrulhamento nem sempre adianta. ?Quando os marginais vêem a viatura saindo, voltam e continuam a algazarra?.(GU)

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