Parentes de Alexsandro dos Santos Nicolau, 22 anos, encontraram, na tarde de ontem, o corpo do rapaz. Ele era o ajudante do caminhoneiro Aparecido Barbosa da Silva, 51, morto num assalto, segunda-feira, na Estrada Velha do Barigui, Cidade Industrial.
Alexsandro estava num matagal, a cerca de 80 metros da estrada, próximo ao local onde o caminhoneiro foi encontrado. Perto do corpo foi recolhido um revólver.
Agoniados com o sumiço do rapaz, os familiares voltaram ao local onde Aparecido foi encontrado. Um dos parentes pisou no celular de Alexsandro, que registrava 88 ligações da família. A busca se concentrou naquela área e o corpo foi achado cerca de 70 metros, para dentro do mato.
Fuga
O perito criminal Rubens Alexandre de Faria detectou dois tiros nas costas do rapaz. Uma marca de tiro em uma árvore indicava que o rapaz recebeu o primeiro disparo quando corria. O segundo foi dado à queima-roupa, pelas marcas de pólvora nas roupas e pele da vítima.
O corpo estava bem conservado e somente o exame feito pelo médico-legista, poderá dizer a data da morte. “Desde segunda-feira faz muito frio, não chove e o corpo estava debaixo de árvores. Tudo isto deve ter colaborado para a conservação do cadáver”, explicou Faria.
O que intriga a polícia, é o revólver calibre 38, a quatro metros dos pés de Alexsandro, com munições intactas e deflagradas. Uma das hipóteses é que o bandido tenha derrubado a arma. O revólver, com a numeração de séria raspada, foi encaminhada para perícia.
Medo
Os parentes do ajudante contaram que Alexsandro era um rapaz tranquilo e divertido, mas muito medroso para ter reagido a um assalto. Da mesma forma, Aparecido era um homem calmo, que preferia que levassem tudo a ser baleado num roubo. A Delegacia de Furtos e Roubos não tem suspeitas sobre os autores do latrocínio.
Às 9h de segunda-feira, a dupla saiu da transportadora Ouro Negro, para fazer entregas na região. Por volta das 10h, pessoas que passavam pela Estrada Velha do Barigui viram Aparecido sair do matagal, ferido . Antes de morrer ele disse a populares que tinha sido vítima de assalto.
O caminhão-baú foi encontrado naquela noite, no Umbará. Antônio Idalêncio, auditor da trans-portadora Ouro Negro, disse que a carga roubada era de produtos diversos, como confecções, utensílios de cozinha descartáveis, alimentos e peças de carro.
“Nosso corretor de seguros relatou que já foram 30 os roubos, nos últimos seis meses. Mas nos outros 29, os funcionários foram libertados com vida”, disse o auditor.