Pouco mais de quatro horas foi o tempo que durou a rebelião na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), que começou no final da manhã de ontem e terminou por volta de 15h30.
Três pessoas – um agente penitenciário e dois detentos – foram mantidas reféns por dois presos, que exigiam melhores condições de tratamento, transferências e revisão de penas.
O motim teve início, por volta de 11h, na área de trabalho do presídio. Os reféns foram rendidos pelos presos que se armaram com estiletes e estoques. Eles, porém, foram liberados com as chegadas do juiz Alexandre Kozechen e da promotora pública Valéria Seyr, da Vara de Execuções Penais, e ninguém ficou ferido.
O presídio de Maringá, que é considerado pelo Departamento Penitenciário (Depen) como de segurança máxima, tem 360 vagas. Os detentos estão divididos em 60 celas com seis presos cada.
Segundo informações da Polícia Militar, os dois líderes do movimento são de Barbosa Ferraz. Um deles tem pena de 30 anos de cadeia por latrocínio, roubo, porte ilegal de armas, furto e desobediência. O outro cumpre pena de 25 anos por homicídio, furto, porte ilegal de arma e ainda é suspeito de outro assassinato.
Negociação
No início, as conversas com os detentos foram conduzidas por policiais militares, mas como foi exigida a presença de um magistrado, o juiz Alexandre Kozechen, da Vara de Execuções Penais de Maringá, assumiu as negociações com a colaboração do comandante do 4.º Batalhão da Polícia Militar de Maringá, Paulo Sérgio Lason Carstens, e a promotora da Vara Criminal, Valéria Seyr.
Durante a conversa, os presos reivindicaram rapidez nos julgamentos de processos em andamento na Vara Criminal de Maringá. Eles reclamaram também que alguns condenados do regime semiaberto tiveram a redução de dias a que teriam direito a ficar em liberdade.
O último incidente registrado na PEM aconteceu em setembro do ano passado, quando dois presos fugiram, mas foram recapturados logo em seguida pelos próprios agentes e dois dias depois, um preso foi morto por um companheiro de cela.


