“Empresários” da droga assassinados

Um casal foi executado na madrugada de ontem, no bairro Saad, em Campo Largo. José Gomes de Almeida, 60 anos, e Rosane Batista, 37, foram assassinados por volta das 3h, no interior da residência onde moravam, na Rua Jorge Demétrio Paulista. Em um quarto da casa, funcionava uma espécie de laboratório para fabricação de drogas, onde a polícia encontrou pedras de crack, pasta de cocaína e produtos químicos. O boliviano Fernando Aguilera Baltazar, 52 anos, que teria sido contratado pelo casal para ajudar na fabricação, foi detido em flagrante por associação ao tráfico de drogas.

Fernando foi quem chamou uma viatura do 17.º Batalhão da Polícia Militar, relatando a morte do casal. Segundo ele, dois homens encapuzados, passando-se por policiais, invadiram a residência e atiraram contra José e Rosane.

O boliviano informou que os homens ordenaram-lhe que ficasse em um quarto, de onde teria apenas ouvido os diversos disparos. De acordo com a polícia, cada uma das vítimas recebeu aproximadamente dez tiros.

Seminus

Em seguida, Fernando teria fugido por uma janela e, horas depois, entrado em contato com a polícia. Ele alegou que a demora para chamar os policiais deu-se ao fato de ele ter se perdido na cidade. Quando chegaram à residência, os policiais encontraram José e Rosane sem vida, ambos seminus.

Foto: Allan Costa Pinto

Fernando veio da Bolívia.

Sobre o ?laboratório?, Fernando alegou que teria sido contratado por José e Rosane para fazer a mistura da droga. Por esse motivo, o boliviano foi autuado em flagrante por associação ao tráfico e encaminhado à delegacia local, onde iria prestar depoimento sobre o duplo homicídio, do qual também é suspeito. ?Vamos ouvir a versão dele. Ele diz que conseguiu ver um dos dois homens que invadiram a casa?, contou o superintendente Juscelino. Além do material encontrado pela polícia, na garagem da casa foram localizados dois veículo, um Escort e uma caminhonete Ranger, ambos com placas frias.

Produção ?corria solta?

Giselle Ulbrich

O boliviano Fernando Aguilera Baltazar revelou à polícia detalhes sobre o contrato que tinha com o casal. Era a segunda vez que vinha ao Brasil para fazer crack. Da primeira vez, recebeu R$ 3 mil para produzir dois quilos de droga. Agora, já estava há um mês na residência e passava todo o dia sozinho, enquanto os dois saíam para trabalhar.

Suspeito da autoria do crime, Fernando fará exame de parafina, para ver se possui resíduos de pólvora nas mãos, o que revelará se ele utilizou alguma arma de fogo. Em seu depoimento, Fernando considerou um milagre estar vivo. Os bandidos lhe tomaram os R$ 300,00 que tinha nos bolsos e o trancaram num quarto, de onde fugiu pulando muros dos vizinhos.

Rosane e a filha eram donas de uma loja de automóveis na Avenida Vereador Toaldo Túlio, no São Brás. A mulher tinha passagem por tráfico de drogas, pela Polícia Federal, e João possuía mandado de prisão por Mato Grosso.

Familiares do casal devem ser ouvidos nos próximos dias. A polícia quer levantar o estilo de vida de Rosane e João, saber se estavam sendo ameaçados, se possuíam dívidas, entre outras informações.

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