O depoimento confuso da empregada doméstica Helena da Silva Santos, 45 anos, despertou a suspeita de investigadores da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Depois de horas de depoimento, ela confessou envolvimento na tentativa de roubo e morte da patroa dela, Yara Reis Dalledone, 76 anos, na Rua Alberto Folloni, Ahu.

continua após a publicidade

Um sobrinho de Helena foi preso e um amigo, de 17 anos, apreendido. O namorado dela, que teria efetuado o disparo, está foragido. No final da tarde de ontem, a polícia também prendeu o homem que alugou o revólver, calibre 38, para o grupo cometer o crime.

“Excursão”

Marcelo Pereira dos Santos, 26 anos, Daniel dos Santos Silva, 18, e o adolescente saíram do Jardim Paloma, em Colombo, para a residência da vítima, no mesmo ônibus que Helena e foram vistos por testemunhas. “Nós a confrontamos com os fatos e ela confessou”, explicou o delegado Rodrigo Brown, titular da DFR.

continua após a publicidade

Os investigadores conseguiram localizar e prender Daniel no início da noite de terça-feira, em Colombo. Eles foram até a residência do adolescente, mas ele não estava. Parentes, se dizendo revoltados com o envolvimento do garoto, prometeram e levaram o menor à delegacia, ontem de manhã.

Arma

continua após a publicidade

Durante a tarde, investigadores da DFR prenderam, no Jardim Paloma, em Colombo, o suspeito de ter alugado a arma para os bandidos. Na noite de ontem ele era ouvido e a polícia deve divulgar detalhes hoje. O revólver, roubado há alguns meses da casa de um coronel do Exército, em Ponta Grossa, será levado para confronto balístico.

A polícia fez um retrato falado do namorado de Helena, para que a população auxilie em sua localização. As denúncias podem ser feitas para o telefone (41) 3218-6100.

Vítima pode ter reconhecido assassino

Helena convivia com Marcelo há dois anos. Contra ele vigoram dois mandados de prisão por roubo e estupro, cometidos no estado de São Paulo. De acordo com a polícia, sabendo que Helena trabalhava há três semanas na residência de Yara e que era de confiança da família, por trabalhar oito anos com a filha da aposentada, Marcelo chamou Daniel e o adolescente para participar do roubo.

“A gente só queria roubar dinheiro. O plano era fugir a pé”, explica Daniel. Helena relata que assim que a idosa abriu o portão, seu namorado rendeu as duas e começou a pedir dinheiro. Marcelo ficou sozinho no quarto com Yara, quando todos ouviram o disparo.

Arrependimento

Ninguém soube dizer por que foi necessário matar a vítima. “Depois do tiro ficamos assustados”, conta Daniel, que se diz arrependido de participar do crime. Marcelo ordenou que Helena ficasse na casa e não contasse nada sobre eles. Os três fugiram a pé, sem levar nada.

“Pode ser que a vítima tenha reconhecido o Marcelo e por isso foi morta. A empregada trabalhou para a família muitos anos e, em algum momento, pode tê-lo apresentado”, explica Rodrigo Brown.

Suspeita

A equipe da DFR também investiga o envolvimento de Helena em outro roubo, na residência da filha de Yara, há alguns meses. A empregada trabalhava no local e estava presente no dia em que o assalto aconteceu. Em depoimento, ela negou e também não soube dar detalhes sobre os assaltantes. Quando a filha de Yara se mudou para o exterior, indicou Helena para trabalhar com sua mãe.