Em dia de comemoração, guarda municipal é morto

Com um tiro nas costas, o guarda municipal Carlos da Silva Ribeiro, mais conhecido como “Carlão, O Rei da Pipa”, 44 anos, foi assassinado por volta das 2h da madrugada de ontem, em sua casa, na Avenida da República, n.º 56, Vila Guaíra.

Ele estava caído no chão da sala, próximo a uma tora de madeira, usada como banqueta, e foi encontrado no início da tarde, por um vizinho. De acordo com a polícia, sumiram da casa um revólver Rossi, calibre 38, e o telefone celular da vítima. Ironia ou não, onrem foi comemorado o aniversário de 16 anos da Guarda Municipal.

Achado

Diego, 11 anos, foi até a casa de Carlos a pedido de sua mãe. Ela estranhou porque todos os dias pela manhã o guarda municipal ia até a sua casa buscar água para fazer café. “Ela pediu para eu ver se estava tudo bem. Bati e ninguém atendeu. Peguei no trinco, estava aberta e entrei. Vi ele caído no chão e chamei minha mãe. Ela viu que ele estava morto e avisou a polícia”, relatou o menor.

Vizinhos contaram que ouviram cinco tiros, às 2h. O horário é compatível, segundo o perito Adilson, do Instituto de Criminalística, que esteve no local fazendo os exames preliminares. “Pela rigidez cadavérica, o crime ocorreu durante a madrugada”, disse o perito. Ele apurou que além do tiro nas costas, a vítima tinha hematomas na cabeça.

Carlos era separado, pai de três filhos, e morava sozinho há dois anos, quando sua ex-mulher mudou com os filhos para Paranaguá. Ele era lotado na Praça do Japão e estava de férias. Nas horas de folga, confeccionava pipas para vender e ganhar um dinheiro extra. “Sem rabiola era R$ 0,50 e com, R$ 1,00”, contou um garoto. Por este motivo ganhou o apelido de “Carlão, Rei da Pipa”. As crianças da vizinhança viviam em sua casa. “Era a melhor pipa que já vi”, elogiou um menino. Carlos era querido pelos moradores, especialmente pelas crianças. Ele também mantinha três cachorros. Dois deles, da raça poodle, em um canil e o outro no andar superior da residência simples, cujas obras estavam paralisadas. Seus vizinhos ficaram chocados com a notícia de sua morte. Eles informaram que Carlos não tinha inimigos.

Latrocínio

Policiais da Delegacia de Homicídios estiveram no local e, após vasculhar a casa, encontraram a caixa do revólver que a vítima usava para trabalhar. Também notaram a falta do telefone celular. A polícia acredita que se trata de um caso de latrocínio. Provavelmente a vítima conhecia o autor, já que o local não estava revirado e não havia sinais de luta.

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