Vida de 'bacana'

Dois jovens suspeitos de golpes são presos com carrões de luxo

Quatro automóveis de luxo, um carro popular e diversos documentos foram apreendidos com A.L.S., 39 anos, e A.K., 20, pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC). Os bens teriam sido comprados, por empresas de fachada. O golpe pode ter ultrapassado R$ 500 mil. A polícia procura por Marcelo César Maravalhas, 41.

As investigações apontam que a quadrilha montava empresas de fachada para encobrir o golpe. “Eles compravam os carros em lojas e só pagavam a primeira prestação. As principais vítimas são os bancos e as financeiras”, explicou o delegado Vinícius Borges Martins.

Em uma das empresas, no Bigorrilho, A.K. foi preso. A. foi detido em seu apartamento, na Rua Marechal Hermes, no Centro Cívico. Com eles, a polícia apreendeu um Mercedes-Benz C200, um Porshe Cayman, um utilitário esportivo Fiat Freemont, um Vectra e um Ka.

Nomes

Os golpistas usavam nomes de terceiros para fazer empréstimos, financiamentos e conseguir cartões de crédito, com limite elevado. Na Novo Canto Comercial Ltda, que supostamente comercializava ar-condicionado, foram apreendidos diversos cartões de créditos, talonários de cheque e manuais de carros de luxo. “Como existem três manuais de Mercedes-Benz, ainda faltam dois veículos dessa marca para apreender”, disse o delegado.

Entre as vítimas da quadrilha também estão “laranjas” como João Maria. Mecânico e dono de bar, João conta que ofereceram sociedade para abrir uma oficina, mas ele consta como um dos sócios da Novo Canto. João afirmou nunca ter visto A. e A.K. “Fui na onda e dancei”, lamentou. A.K. e A. foram autuados em flagrante por estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos.

Festança

Além de cartões e cheques, a polícia apreendeu várias comprovantes de pagamento de casas noturnas da capital. Em um desses bares, na Avenida Batel, o grupo gastou mais de R$ 11 mil em apenas quatro noites. Em uma noitada, gastaram R$ 3.780,70. A vodca Grey Goose era uma das bebidas preferidas dos golpistas. “É um absurdo. Eles faziam festas e iam para a balada se passando por pessoas de alto poder aquisitivo”, comentou o delegado.

Quadrilha de empresário assassino

O delegado Vinícius Borges Martins explicou que os detidos integravam a quadrilha do empresário Veríssimo Canalli Fiúza, 31 anos, que matou a namorada e cometeu suicídio em novembro do ano passado

Veríssimo era investigado pela Delegacia de Estelionato, mas após sua morte, as falcatruas vieram à tona. Primeiro, foi divulgado que ele era sócio de uma casa noturna, o que foi desmentido pelos verdadeiros donos. Na época, a polícia tinha indícios que Veríssimo havia adquirido pelo menos cinco carros de forma fraudulenta. Um deles, a Mercedes-Benz C200, estava na garagem de sua mansão. A polícia também descobriu que ele havia dado para a namorada um Audi A3.

Encrenqueiro

As investigações também apontaram que o rapaz vivia arrumando confusão. Em 2009, chamou a polícia após ser ameaçado de despejo, já que estava com aluguéis atrasados. Após a morte de Veríssimo, seus amigos teriam assumido os “negócios”. Um deles seria Maravalhas, que tem passagem pela polícia e é procurado.