Dois africanos são assassinados em Cascavel

Dois africanos foram encontrados mortos em Cascavel, no oeste do Estado, no último final de semana. Além de tiros, ambos tinham sinais de agressões pelo corpo.

O nigeriano Smith Lopes Obi, 34 anos, que se identificava como “James Solomon”, foi encontrado à 1h de sábado à beira de um riacho, que passa pela BR-277, próximo ao centro de Cascavel. Ele tinha marcas de espancamento e um tiro na cabeça.

Já o namibiano Hailemarian Bonga Saramo, que se apresentava como “Prince”, foi localizado seis horas depois na Estrada do Rio da Paz, ao sul da cidade. Ele tinha dois tiros na cabeça e as mãos amarradas por uma algema de lacre e fita adesiva.

A última vez que a dupla foi vista com vida foi saindo de um hotel no centro da cidade, onde estavam hospedados, por volta das 21h de sexta-feira, com destino a uma boate.

No quarto de hotel, a polícia encontrou materiais e produtos químicos que poderiam estar sendo usados para falsificar notas de dólares. Também havia fotos de Smith com fardas militares, num cenário que parecia ser em uma guerrilha em algum local da África.

Estelionato

Segundo apurou o escrivão Reinaldo Andrade, da 15.º Subdivisão de Polícia Civil, os dois teriam sido vistos pela primeira vez no Brasil há quatro meses, em Foz do Iguaçu. Em seguida foram para Cascavel, onde já tinham se hospedado em vários hotéis. Ora eles se diziam primos, ora irmãos.

Em uma ocasião, um deles teria dito a moradores da cidade que seu pai era alto funcionário do governo da Namíbia, e tinha sido assassinado numa guerrilha. Para outra pessoa ele disse que era filho de um ministro da Libéria. Por conta do assassinato, eles decidiram vir embora para o Brasil. Ainda diziam que tinham dinheiro para investir aqui.

Andrade supõe que os dois estavam em Cascavel para aplicar golpes, possivelmente de estelionato. Já quanto aos motivos do crime, a polícia ainda não sabe das motivações.

“Pode ser vingança de alguém que tenha sido lesado em algum golpe deles, ou desacerto de algum negócio escuso, ou até mesmo um latrocínio (roubo com morte). Eles pareciam demonstrar que tinham muito dinheiro. Nada é descartado por enquanto”, explicou o escrivão.

Os passaportes dos africanos foram encaminhados à Polícia Federal, que deve verificar se os documentos são verdadeiros, além de outras informações sobre a imigração de ambos ao Brasil. Smith usava um passaporte emitido pela República do Uruguai, mas com a naturalidade da Nigéria.