Barulho incessante de batidas que vinha da carceragem chamou a atenção de dois policiais que estavam de plantão na noite de segunda-feira, no 3.º Distrito Policial (Mercês). Ao verificarem a situação, por volta das 22h30, os investigadores Valente e “Bala” descobriram uma tentativa de fuga dos ocupantes do xadrez número 9. Imediatamente acionaram reforços do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). A situação foi contornada com a presença de duas viaturas da Subdivisão de Operações do Cope e nenhum dos presos conseguiu escapar.
De acordo com informação dos plantonistas, no momento da ação, o distrito estava superlotado com 162 presos – a capacidade é para 44. Somente no xadrez 9, estavam 17 presos que pretendiam ganhar as ruas do bairro Mercês. Todos os 162 detidos foram obrigados a ficar nus e levados em pequenas turmas para o solário, enquanto os policiais realizavam revista na unidade. Na carceragem foram encontrados diversos equipamentos rústicos, fabricados pelos detentos, para fazer buracos e abrir túneis para a tentativa de fuga. Dentre o material apreendido estavam pedaços de pregos, barras de ferro e cabos de vassoura cortados que, artesanalmente, se transformaram em utensílios para cavocar.
Na cela 9, os presos chegaram a abrir um buraco através do “boi” (vaso sanitário da cela) e por pouco não conseguiram escapar através de um túnel.
Nessa delegacia funciona também um Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão, posto idealizado para atender a população 24h e que deve contar com efetivo de policiais civis e militares.
A superlotação carcerária no 3.º DP, nas Mercês, é um problema antigo e constantemente os plantonistas se deparam com tentativas de fugas, o que coloca em perigo não somente a integridade física destes policiais como também dos moradores daquela região de Curitiba.