Dinheiro e objetos sumiram do IML

Além da denúncia do uso irregular de uma viatura por um médico legista, o Instituto Médico Legal de Curitiba também está amargando outros tipos de acusações, como desvio de pertences de vítimas e sumiço de dinheiro. Três famílias de jovens mortos, cujos corpos passaram pelo IML, reclamam de situações, no mínimo, estranhas.

Maria Aparecida Leite, mãe do soldado do Exército Dulcídio Procópio Neto, 20 anos, afirma que o telefone celular e o tênis do filho assassinado desapareceram nas dependências do instituto. Segundo Maria, na mesma madrugada que Dulcídio foi morto, no dia 18 de janeiro, a mulher pediu para que o sobrinho fosse até o IML apanhar o tênis, a carteira e o celular de Dulcídio, mas os funcionários negaram-se a atendê-lo. “No dia seguinte, quando fui até lá eles só devolveram a carteira dele”, contou a mulher. Durante um mês Maria ligava freqüentemente para o celular do filho sem sucesso, até que em fevereiro um rapaz que se identificou como Rodrigo atendeu o telefonema. “O rapaz disse que tinha comprado o aparelho de uma tia dele que trabalha no IML”, contou a mulher. Quanto ao tênis, não se tem notícia, mas há provas que o garoto estava calçando-o quando foi morto.

Outra família também se mostra intrigada com o sumiço de uma boa soma em dinheiro que estaria em poder de Silvano Gomes, 26 anos, envolvido em acidente de trânsito, na madrugada de domingo passado. A família garante que o jovem levava R$ 1.200 no bolso, dinheiro que ele usaria na segunda-feira para pagar a prestação do carro. O pai de Crislaine Rangel, 20, que acompanhava o rapaz – e que também morreu – afirma que o celular da menina também desapareceu. Aquileu Rodrigues de Lima disse que apenas três piercings da filha foram devolvidos no IML. “Quando ligo para o celular dela só cai na caixa postal e eu queria ter o aparelho como lembrança para ouvir a voz dela quando minha filha pede para deixar recado”, contou o homem.

Além do estranho sumiço de pertences das vítimas, duas máquinas fotográficas e uma placa de bronze, que homenageava um jornalista, sumiram das dependências do IML. A denúncia dos roubos foi feita pelo próprio diretor do órgão, Hélio Galileu Boneto, que registrou queixa no 1.º Distrito Policial (Av. Silva Jardim).

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