Numa ousada operação de arrebatamento de presos, 19 conseguiram escapar do xadrez do 11.º Distrito Policial, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), no início da madrugada de ontem. Esta foi a quarta debandada de presos, registrada em 2003, naquele distrito. A última delas havia ocorrido há pouco mais de um mês, quando 20 detentos ganharam as ruas. O plano articulado para o arrebatamento contou com a participação de cinco homens e uma mulher. Ela desempenhou o papel de “isca”. Segundo a polícia, a intenção do grupo era libertar um preso que tem envolvimento com tráfico de drogas. Os outros presos que estavam na mesma cela aproveitaram a ocasião para fugir também.
Por volta dos 30 minutos da madrugada, uma mulher chegou no distrito fingindo que iria registrar uma queixa. Quando os plantonistas abriram a porta para recebê-la, foram surpreendidos por cinco homens armados que os renderam. Naquele horário, três policiais estavam na distrital. Os invasores agrediram um dos plantonistas e abriram uma das três celas da carceragem que estão funcionando. As demais celas (sete no total) estão em reparos devido as fugas anteriores.
Porta da frente
Os presos saíram pela porta da frente da delegacia e ganharam as ruas. O grupo invasor roubou uma metralhadora e uma viatura da delegacia, usada para a fuga. Policiais civis e militares iniciaram uma série de buscas na região mas, até o final da tarde de ontem, nenhum dos detentos havia sido recapturado. Apenas a viatura foi localizada abandonada, por volta das 3h, na Rua Jocelin Walton Schiavon, Jardim São Carlos, no Pinheirinho.
Estão foragidos: Alexandre Koehler, Amarildo Carvalho de França, Antônio Itacir de Liz, Diogo da Silva Fabiano, Dorival Santos de Souza, Fabiano Nonato Dias, José Carlos Marinho, Luís Reis Pereira, Marcelo Alexandre Alves, Marcos Rodrigo Soares, Michel dos Passos, Nelson José Bezerra, Rodrigo Dassas, Marcos Pereira, Tucley Aurélio Lemes, Cerqueira da Silva, Nelson José Bezerra, Luís Antônio Euzébio e Mário Frogel.
Estavam recolhidos na carceragem da delegacia 56 homens. Os demais detentos não fugiram porque as duas celas restantes não foram abertas. De acordo com o delegado Sérgio Taborda, o alvo do arrebatamento já foi identificado e a mulher utilizada como “isca” pelos marginais seria amásia desse detento. O policial espancado foi levado pelo Siate ao Hospital do Trabalhador, onde realizou alguns exames e foi medicado. Na tarde de ontem ele faria uma nova tomografia.
As outras fugas ocorreram em 6 de maio, quando cinco presos escaparam; no dia 3 de, junho, 22 ganharam as ruas e no dia 11 de setembro, mais 20 detentos fugiram.