Horas depois de ter localizado o cofre vazio do caixa automático roubado da agência do Banco do Brasil, em Campo Magro, policiais do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco) realizaram a detenção de sete indivíduos em São José dos Pinhais, sendo três deles menores de idade. Farto material utilizado para o arrombamento e roubo de caixas eletrônicos foi encontrado dentro da residência, mas a prova contundente foi a localização de R$ 1.800,00 com o grupo. Esta quantia teria sido retirada do cofre da máquina roubada. Uma mulher também foi indiciada por favorecimento aos detidos. Estão atrás das grades, na carceragem da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR): Edson Fagundes, 32 anos; Jean Carlos Borges, 26; Jonatan Oliveira Trocade, 22 e Ivolnei dos Santos, 27. Os menores devem ser encaminhados à delegacia especializada.
De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, as prisões foram uma conseqüência do bom trabalho desenvolvido pelos policiais civis e militares, e em especial do Gerco, logo após o roubo à agência do Banco do Brasil, em Campo Magro. Conforme divulgado na edição de ontem da Tribuna, um grupo formado por cerca de dez pessoas chegou na agência bancária utilizando um Ford Ka prata, uma camioneta -provavelmente uma Ford 4000 -e uma motocicleta. O único vigilante foi rendido e o cofre do caixa eletrônico foi roubado e colocado dentro da camioneta. No cofre da máquina, que foi abandonado posteriormente no bairro Campo Comprido, estavam R$ 8 mil, que foram subtraídos.
Perseguição
O Ford Ka chegou a ser localizado na manhã de ontem por uma equipe do Gerco, comandada pelo major Péricles, rodando com três indivíduos, mas não foi possível fazer a abordagem ao veículo. O Ka foi encontrado abandonado no bairro Ferraria, próximo à Represa do Passaúna, em Campo Largo, e seus ocupantes se refugiaram num matagal.
No final da tarde, outra equipe do Gerco, sob o comando do capitão Ota, estava realizando diligências nas proximidades do Passaúna, quando deparou com um Corsa branco, estacionado em frente ao matagal onde marginais haviam se escondido horas antes. Do matagal saiu um indivíduo que entrou no Corsa.
Os policiais desconfiaram e iniciaram o monitoramento do veículo. Quando o Corsa parou em uma residência, na Rua Açaí, Jardim Cruzeiro, em São José dos Pinhais, o grupo Gerco entrou em ação. Na moradia, foram presos quatro indivíduos e apreendidos três menores, além da proprietária da residência – amasiada com um dos presos – que foi encaminhada à DFR para prestar esclarecimentos. Durante vistoria na casa foram localizadas diversas ferramentas usadas para o roubo de caixas eletrônicos, como alicates de corte, marretas e furadeiras, rádios comunicadores, telefones celulares e R$ 1.800,00 em dinheiro.
Além desse material foram encontradas mantas de amianto, material utilizado por quadrilhas especializadas para impedir o acionamento do sistema de alarme de agências bancárias. O uso da manta também impede a filmagem da ação dos marginais, que assim não necessitam retirar o caixa eletrônico da agência para subtrair o dinheiro dos cofre. Com o uso de furadeiras, eles finalizam o serviço do roubo, dentro do banco, e em poucos minutos.
Caça ao "braço armado"
O delegado Rubens Recalcatti confirmou que não foram apreendidas armas com os quadrilheiros capturados. Dessa forma, acredita-se que o grupo é dividido em duas ramificações: uma delas efetiva o arrombamento dos caixas e a outra é o "braço armado", que dá cobertura aos crimes. Esse "braço armado" está sendo procurado e, possivelmente, é o responsável pela troca de tiros com policiais militares que evitaram o roubo a um caixa eletrônico na Avenida Brasília, no Novo Mundo, dias atrás.
Recalcatti destacou que os presos serão investigados pela participação em outros roubos a caixas eletrônicos ocorridos em Curitiba e Região Metropolitana nos últimos meses. Segundo levantamento feito pela Tribuna, aconteceram oito casos de arrombamentos contra caixas do Banco do Brasil nos últimos três meses: em Quatro Barras, Colombo, Lapa, Campo Magro; dois em Fazenda Rio Grande e dois em Curitiba. modalidade de roubo. Em defesa do grupo preso, Jean afirmou que nenhum deles tem envolvimento com o roubo contra a agência de Campo Magro. Pela versão apresentada, Jonatan, Ivolnei e Jean estavam na casa de Edson para a colocação de um piso novo na moradia.


