Desabamento provoca morte de operário

Centenas de quilos de terra misturada com água desmoronaram e mataram um operário na obra de reparos na rede de esgoto à margem da Avenida Cândido de Abreu, esquina com Rua Barão de Antonina, Centro Cívico, às 11h50 de ontem. A ação do Corpo de Bombeiros não foi suficiente para resgatar João Batista de Souza, 20 anos, ainda com vida, da galeria de 2,5 metros de profundidade. A Fieng Construtora, empresa responsável pela obra, foi notificada para prestar esclarecimentos à polícia.

Pedro Batista Lamargo, 39 anos, que trabalhava na galeria ao lado de João, conta que estava passando ferramentas ao colega quando viu parte da parede lateral do túnel desmoronando. “Eu avisei e ele conseguiu sair, mas logo em seguida todo o resto da terra caiu em cima dele”, contou Pedro, que em seguida correu chamar socorro de cinco ou seis colegas para tentar salvar João.

Morte

O Corpo de Bombeiros chegou 10 minutos depois, mas pouco poderia ser feito. “O tempo de sobrevida de uma vítima sem oxigênio é de 5 minutos”, disse o tenente Jonas Emanuel, que coordenou a operação de resgate. Nos primeiros 20 minutos, o CB retirou a terra manualmente, mas sem localizar a vítima. Só então foi utilizada a retroescavadeira. “Algumas pessoas reclamaram por não termos usado a máquina antes. Mas este é um último recurso, pois há o risco de estraçalhar a vítima com a pá”, disse o oficial. O corpo de João, que morava em Pinhais, foi retirado sem vida – preliminarmente, o Corpo de Bombeiros avaliou que o operário morreu por esmagamento e asfixia. Segundo o perito Emir Gebran, do Instituto de Criminalística, a infiltração de água ao lado do túnel provocou o soterramento.

Risco

“Toda obra com risco de desmoronamento deve ser escorada e contar com possibilidade de fuga rápida. Neste caso, além da água, a trepidação causada pelo fluxo de veículos aumenta o risco”, disse o tenente Emanuel. Mas, para o colega da vítima, pouco poderia ser feito. “Não há como usar cinto ou outro tipo de equipamento neste tipo de trabalho (remendo de galerias de esgoto). É uma atividade arriscada mesmo”, disse Pedro Lamargo.

A Delegacia de Homicídios deve ouvir a empresa responsável pela obra para esclarecer o incidente. Nenhum representante da Fieng foi encontrado no local para comentar o caso.

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