Deixa cadeia e é assassinado

A dona de casa Madalena da Costa experimentou, pela segunda vez em menos de um ano, a dolorosa sensação de perder um filho. Depois de ver Cézar Marques, o “Graxinha”, ser morto a tiros de escopeta, agora ela terá que se conformar com o assassinato de Renato Marques, 19 anos. Vítima de uma facada no peito, o jovem foi encontrado sem vida à 0h30 de ontem, dentro de um carrinho de catar papel, abandonado na Rua Josefina Zanier, Vila das Torres.

Ameaças

Sobre “Renatinho”, como era conhecida a vítima, pesavam acusações de dois assassinatos cometidos na vila. Por conta desses inquéritos, aos quais ainda respondia, o rapaz esteve detido durante cinco meses no Centro de Triagem. No dia 30 de novembro deixou o xadrez, fato que, segundo a mãe, foi a senha para que acabasse morto. “Queria que ficasse na cadeia, assim estaria vivo. Mas ele tinha essa vontade de sair”, lamentou a mãe. O temor de Madalena se justificava pelas ameaças que “Renatinho” havia recebido. “Muita gente queria dar fim nele”, disse o investigador Fabiano, da Delegacia de Homicídios, acrescentando que o jovem também era acusado de cometer furtos. A polícia acredita ainda que “Renatinho” foi morto em outro local, mais escuro, e depois levado dentro do carrinho à rua onde foi encontrado.

O outro

O primeiro assassinato de um membro da família Marques ocorreu na tarde de 14 de abril de 2002, um domingo. “Graxinha”, que era mecânico e tinha 21 anos, levou vários tiros de escopeta e morreu na Rua Manoel Martins de Abreu, na mesma vila. Ele também respondeu inquérito por homicídio. A mãe deles, a quem restou apenas um filho, de 12 anos, não confirma nem desmente as acusações. “Os dois eram trabalhadores. Mas eles não falavam o que faziam nas ruas”, disse Madalena.

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